Os planos do PT caso Lula escolha Dino para ministro do STF
Partido tem interesse na pasta e discute possibilidade de dividi-la em duas áreas: Justiça e Segurança Pública

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz mistério em relação a quem será seu próximo indicado ou indicada ao Supremo Tribunal Federal (STF), PT, PSB e integrantes do governo já fazem as contas para uma eventual indicação do ministro Flávio Dino, apontado como favorito às vésperas da aposentadoria da ministra Rosa Weber. As conversas longe dos holofotes giram em torno de quem poderia assumir o lugar de Dino no Ministério da Justiça e Segurança Pública, e se a pasta manterá sua atual estrutura ou será dividida em duas.
O nome de Dino não tem a oposição do PT, que já pensa em uma reorientação de sua estratégia visando ocupar o Ministério da Justiça. O PSB, partido ao qual o ministro é filiado, deseja manter o cargo, e argumenta que já perdeu espaço com a transferência de Márcio França do Ministério dos Portos e Aeroportos para o de Micro e Pequenas Empresas. A legenda tem como opções o secretário-executivo Ricardo Cappelli, número 2 de Dino na pasta, e o secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, ligado ao Prerrogativas. O PT, no entanto, diz que a indicação de Dino foi na cota pessoal de Lula, e não do partido.
Uma ala do PT apoia o nome do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo. Se esta for a opção de Lula, isso abriria espaço na AGU para o advogado Marco Aurélio de Carvalho, um dos líderes do Prerrogativas e próximo ao presidente. Mas se a opção for por Dino para o STF, Jorge Messias poderia ser uma alternativa ao Ministério da Justiça. Outra opção seria, com a saída de Dino, dividir o ministério em duas pastas — Justiça e Segurança Pública –, o que ampliaria a capacidade para acomodar aliados.
O nome do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, também aparece entre os principais favoritos para a vaga de Weber, como mostrou reportagem de VEJA desta semana. Dantas tem apoio de nomes importantes do Congresso, Judiciário e no Executivo.