Operação mira PCC, candidato a prefeito e três vereadores do Guarujá
Investigação identifica fraudes em licitações para a prefeitura e Câmara Municipal; uma das empresas seria de líder da facção criminosa assinado em março
O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, com apoio das polícias Civil e Militar, deflagrou, na manhã desta terça-feira, 1, a Operação Hereditas visando uma quadrilha especializada em fraudar licitações da Câmara Municipal e da Prefeitura de Guarujá, na Baixada Santista. Três vereadores e o candidato do Novo a prefeito da cidade, Cláudio Fernando, estão entre os investigados.
Em nota, o partido Novo afirma que aguarda o desenrolar das investigações “para compreender a extensão das alegações”. “É importante ressaltar que o partido Novo não compactua com ilegalidades ou irregularidades e tomará as medidas cabíveis assim que todos os fatos forem devidamente apurados e esclarecidos”, diz o texto assinado pelo presidente do diretório estadual do Novo em São Paulo, Ricardo Alves.
Ao todo estão sendo cumpridos 26 mandados de busca e apreensão em cidades da Baixada Santista (Santos, Cubatão, São Vicente e Praia Grande) e na capital paulista. Segundo os investigadores, já foram apreendidos telefones celulares, documentos, computadores, HDs e dinheiro em espécie – o valor ainda não foi divulgado. O material vai passar por perícia.
De acordo com o Ministério Público, já foi possível identificar indícios de fraudes nas licitações da Câmara Municipal e da Prefeitura do Guarujá, além de favorecimento de agentes públicos com o recebimento de propinas para viabilizar as fraudes.
Segundo o MP, uma das empresas beneficiadas com as fraudes pertencia a uma notória liderança do PCC assassinada em março deste ano. O nome do líder da organização criminosa não foi divulgado, mas a reportagem apurou que se trata de Cristiano Lopes da Costa, conhecido como “Meia Folha“. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, Meia Folha tentava criar uma milícia própria na região que atuava.
Ele foi assassinato a tiros por um homem que estava numa motocicleta quando saía de uma lanchonete no Guarujá, na noite de 12 de março deste ano. Na ocasião, o vereador do Guarujá Geraldo Soares Galvão também foi baleado e levado ao hospital.
Participam da operação quinze integrantes do Ministério Público, 76 policiais militares do Comando de Policiamento de Choque (Rota, COE e GATE) e 50 policiais civis da Delegacia Seccional de Praia Grande e do DOPE (Departamento de Operações Policiais Estratégicas).