O tiroteio entre Gleisi Hoffmann e Jair Bolsonaro nas redes sociais
Caneladas foram motivadas por artigo publicado hoje pelo ex-presidente
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais nesta segunda-feira, 11, para disparar uma saraivada de críticas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A razão da investida foi um artigo publicado hoje pelo jornal Folha de S.Paulo, assinado pelo ex-mandatário, intitulado “Aceitem a democracia”.
“Ler que Jair Bolsonaro defende a democracia é parecido com ler artigo de um assassino defendendo o direito à vida”, declarou Gleisi em seu perfil oficial no X (ex-Twitter). A deputada chamou o ex-presidente de “inelegível” e “chefe de uma extrema direita que prega o ódio e pratica a violência”, criticou o jornal pela “repugnante tentativa de normalizar um extremista” e relembrou que Bolsonaro “chefiou uma tentativa de golpe armado”.
Ler na @folha que Jair Bolsonaro defende a democracia é parecido com ler artigo de um assassino defendendo o direito à vida. É como apagar da memória do país que o inelegível chefiou uma tentativa de golpe armado contra o presidente eleito, com gente que planejava o sequestro dos…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) November 11, 2024
Em retaliação, Jair Bolsonaro publicou, em sua conta no X, uma curta e grosseira resposta à petista: “A amante está nervosa”, em referência ao codinome supostamente atribuído a Gleisi na planilha de pagamentos de propina da Odebrecht, vazada em meio ao furor da Operação Lava Jato, em 2016.
– A amante está nervosa!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) November 11, 2024
‘Aceitem a democracia’
O artigo de opinião assinado por Bolsonaro exalta a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, celebra avanços do “respeito às famílias e à religião” e do “patriotismo” e fala em “ataque dos veículos de comunicação” a políticos de direita.
“A moda é nos acusar de inimigos da democracia. Mas quem mostra dificuldade de aceitar a democracia é a esquerda”, acrescenta o texto. O autor rebate as acusações de “extremismo” e comemora a vitória da “vontade popular” com a escolha de candidatos de direita nas eleições municipais de 2024.
Derrotado na campanha à reeleição em 2022, Jair Bolsonaro foi condenado à inelegibilidade até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em ações por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante seu mandato, quando convocou uma reunião com diplomatas estrangeiros para questionar a segurança das urnas eletrônicas e a lisura das eleições brasileiras.