O que pode fazer naufragar o plano eleitoral de Moro no Paraná
Ex-juiz da Lava Jato ainda não definiu a qual cargo vai concorrer e terá que disputar espaço até com aliado no cenário regional
“Aprendi que o mais inteligente é reunir forças, lutar dentro das minhas muralhas. O Paraná é minha terra”, diz o ex-juiz Sergio Moro no vídeo em que divulgou que será candidato por seu estado natal. Após ter o domicílio eleitoral negado em São Paulo, o ex-juiz da Lava Jato retorna ao Paraná, mas deve enfrentar uma série de indefinições e obstáculos que podem fazer a sua estreia eleitoral naufragar.
Para começar, a cem dias da eleição, Moro não sabe nem qual cargo irá disputar. A pretensão inicial é disputar o Senado, hipótese que ganhou mais força após o resultado de pesquisas internas do seu partido, o União Brasil. No entanto, uma ala da legenda ainda defende uma candidatura a Câmara dos Deputados. Caso decida brigar por uma vaga no Senado, o ex-juiz pode ter como adversário o senador Álvaro Dias, seu padrinho na política. Moro também não descarta ser candidato ao governo.
A falta de alianças também pode ser um problema. O governador Ratinho Junior (PSD) é aliado de Jair Bolsonaro (PL), desafeto de Moro. Caso o pessedista decida apoiar a reeleição do presidente, o ex-juiz ficará sem espaço na chapa. Nesse caso, quem subiria no palanque como candidato ao Senado seria o deputado Paulo Martins (PL), indicado pelo presidente.
Apesar de ser um nome conhecido no estado, Moro terá o desafio ainda de explicar porque voltou para casa após sofrer reveses na Justiça de São Paulo e reconquistar o eleitor paranaense. Além disso, o ex-ministro enfrenta rejeição dos dois lados que protagonizam esta eleição, os bolsonaristas e os apoiadores de Lula. Será uma jornada difícil para o “herói” da Lava Jato.