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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

O que está por trás das farpas entre o PSD de Kassab e o PL de Valdemar

Dois dos maiores partidos do país têm interesses conflitantes na eleição deste ano e na disputa nacional de 2026

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 set 2024, 10h02

A edição de VEJA desta semana mostra como a artilharia bolsonarista se voltou contra o PSD de Gilberto Kassab, numa tentativa de pressionar pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Senado. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é o responsável por dar andamento ao pedido assinado por dezenas de parlamentares aliados ao ex-presidente.

Mais do que uma ofensiva pela cassação de Moraes, no entanto, a ofensiva envolve ainda uma disputa de interesses entre dois dos principais caciques brasileiros: Kassab e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. No mundo político, não é novidade a rivalidade entre ambos. Recentemente, inclusive, Valdemar declarou que ia “meter ferro” em Kassab nas eleições deste ano — o PSD tem hoje o maior número de prefeituras, enquanto o PL ambiciona ultrapassar ou ao menos chegar perto da cifra.

Um dos pontos usados pela claque bolsonarista foi justamente o poder de fogo do PSD nos municípios: deputados como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO) pediram o boicote a candidatos da legenda adversária na tentativa de intimidar senadores do PSD a apoiarem o pedido de impeachment de Moraes. Em grande parte de cidades, no entanto, PL e PSD caminham juntos em coligações ou até mesmo dividindo chapas.

O presidente do PL minimizou a ofensiva de seus deputados que, para ele, “fazem o trabalho que têm que fazer”, enquanto ele mesmo permanece firme na meta de fazer o maior número de prefeituras possível.

Há outros interesses, no entanto, envolvidos na disputa. “O Kassab foi atrás de fazer prefeito em cidadezinha pequena, principalmente no interior de São Paulo, para impressionar o Tarcísio de Freitas”, diz um integrante do PL aliado de Bolsonaro, citando o governador do estado.

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Embora filiado ao Republicanos, Tarcísio teve sua costura política feita em grande parte por Kassab. Ao concorrer ao Palácio dos Bandeirantes em 2022, o então ministro da Infraestrutura de Bolsonaro era um “forasteiro” no estado e teve Kassab como guru e patrocinador. O cacique acabou virando secretário de Governo, responsável justamente por articular a gestão com as prefeituras. Interlocutores afirmam que uma das ambições de Kassab é lançar-se a vice de Tarcísio em 2026, o que encontra oposição no ninho de Bolsonaro (caso, é claro, o governador abra mão de disputar o Palácio do Planalto e tente a reeleição).

A ofensiva da direita tentou ainda atingir Kassab em sua imagem, ao marcá-lo como alguém que não é confiável para as forças conservadoras. É verdade que ele hoje tem um leque de opções à sua frente para os próximos anos, à esquerda e à direita. Com o PSD no comando de três ministérios, há quem diga que ele próprio ambicione concorrer como vice de Lula em 2026 — uma disputa que teria de travar principalmente com o MDB, outro partido com muita fluidez ideológica, que também sonha com o posto. A alternativa mais almejada, no entanto, segundo aliados, é lançar-se, de fato, como vice de Tarcísio na campanha à reeleição em São Paulo.

Falta combinar com o governador, que demonstra nos bastidores ter ambições maiores. O próprio PL de Valdemar deseja tê-lo na sigla para ser o nome do partido ao Palácio do Planalto. Nesse cenário, a possível carta que o PSD poderia colocar na mesa é a de sua própria candidatura presidencial, o que está no radar, por exemplo, do governador do Paraná, Ratinho Junior.

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