O novo prazo da PGR para analisar indiciamento de Bolsonaro e Eduardo
Moraes esticou em cinco dias o tempo para Paulo Gonet analisar investigação que indiciou pai e filho por obstruir o andamento do caso do golpe

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, tem até a próxima segunda-feira, 1º, para analisar o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), assim como as justificativas apresentadas sobre o suposto plano de asilo político na Argentina presidida por Javier Milei.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), esticou o prazo do procurador-geral da República em mais cinco dias. Às vésperas do julgamento do núcleo 1 do caso do golpe começar, no próximo dia 2 de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a recondução de Gonet ao cargo por mais dois anos.
Depois de ter sido indiciado na quarta-feira passada, 20, por tentar obstruir o andamento do caso do golpe de estado, Bolsonaro teve até sexta, 22, para explicar se tinha ou não cogitado sair do país. A Polícia Federal encontrou no celular dele uma minuta (sem data e sem assinatura) pedindo com urgência asilo político na Argentina. A defesa do ex-presidente admitiu que ele recebeu a sugestão, mas negou que ele tenha descumprido qualquer cautelar.
Cumprida essa etapa, a PGR teria 48 horas, em seguida, para decidir o destino de Bolsonaro e Eduardo. Sobre o inquérito, Gonet tem três caminhos: arquivar a investigação, o que é pouco provável, pedir mais provas à Polícia Federal ou ofertar denúncia.
Nesse meio-tempo, ele ainda pode pedir medidas mais duras, em caráter cautelar, contra o ex-presidente. Foi nesse tom que, na terça-feira, 26, Moraes ordenou o monitoramento integral do ex-presidente por agentes da PF. Nessa mesma decisão, o relator deu cinco dias para Gonet se manifestar no caso — o novo prazo, que era quarta, 27, agora vence na segunda-feira que vem.
O inquérito, dependendo do encaminhamento dado por Gonet, pode piorar (e muito) a situação de Bolsonaro. Na próxima terça, 2, começa o julgamento do caso da tentativa de golpe de estado e a condenação do ex-presidente já está precificada. Os crimes pelos quais ele responde têm penas que podem passar dos trinta anos de prisão. Se for denunciado junto com Eduardo, essa conta pode aumentar em mais uma década.