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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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O contra-ataque dos evangélicos após a Câmara aprovar os jogos de azar

Bancada contrária à liberação de cassinos, bingos e jogo do bicho vai investir em Rodrigo Pacheco para enterrar o projeto nas gavetas do Senado

Por Reynaldo Turollo Jr. 24 fev 2022, 12h40

Após a Câmara aprovar o texto-base do projeto de lei que libera todos os tipos de jogos de azar no país, na noite desta quarta, 23, a bancada evangélica já traçou sua estratégia para tentar impedir que avance a legalização de cassinos, bingos e jogo do bicho. “Vamos focar no Senado, em primeiro lugar no presidente Rodrigo Pacheco (PSD), que é um homem equilibrado. Vamos sentar com ele, acho que ele tem interesse em disputar a reeleição para a presidência do Senado, e vamos usar toda a nossa força para que ele não vote essa matéria”, diz o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), presidente da Frente Parlamentar Evangélica. Segundo ele, a visita a Pacheco será logo depois do Carnaval. “Na primeira visita que vamos fazer, essa será a primeira pauta.”

O texto foi aprovado no plenário da Câmara por 246 votos a 202. Nesta quinta, 24, serão analisados alguns destaques, incapazes de alterar a natureza do projeto, e depois ele seguirá para o Senado. O governo Jair Bolsonaro liberou os deputados da base para que votassem como quisessem. O vice-líder do governo na Câmara, Evair Vieira de Mello (PP-ES), anunciou que a base estava liberada, mas avisou que “o presidente manterá a sua prerrogativa de veto caso o projeto tramite e chegue para sua apreciação”.

Os evangélicos ficaram satisfeitos com a declaração, pois apostam que, caso o Senado também aprove a legalização dos jogos, o grupo favorável ao projeto não terá votos suficientes para derrubar o eventual veto de Bolsonaro. Na visão de Sóstenes, o placar na Câmara foi apertado – para o Congresso derrubar um veto, é necessária a maioria absoluta dos votos de deputados (257) e de senadores (41).

“O governo está minado”, diz Sóstenes. “Todos sabemos que o partido mais interessado na legalização dos jogos é o Progressistas. O principal patrono disso chama-se Ciro Nogueira. É um governo minado por Ciro Nogueira na Casa Civil, por Arthur Lira na presidência da Câmara e pelo líder do governo, do mesmo partido, Ricardo Barros”, afirma o deputado – que confia na palavra de Bolsonaro quando o presidente declara ser contrário ao projeto.

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Favorável à regulamentação dos jogos, o deputado Bacelar (Podemos-BA) acha que Pacheco não será tão suscetível a pressões. “Por mais importante que seja a bancada evangélica, o presidente Rodrigo Pacheco tem compromisso com o Brasil, tem compromisso com manter um bom relacionamento com a Câmara”, diz. Além disso, segundo Bacelar, o estado de Pacheco, Minas Gerais, tem grande interesse na instalação de cassinos.

No grupo que trabalha pela legalização dos jogos, há uma descrença de que Bolsonaro vá, de fato, vetar o projeto caso o Senado o aprove. Integrantes de ministérios, como o do Turismo e o da Economia, defendem a medida para aumentar a arrecadação de impostos e gerar empregos, e filhos do presidente, como Eduardo e Flávio, já deram sinais de que têm simpatia pela liberação dos jogos e conversaram com empresários do ramo. Além disso, a força que o PP de Ciro Nogueira, Arthur Lira e Ricardo Barros tem no governo hoje em dia poderá ser decisiva.

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