O cálculo de Tarcísio de Freitas para mudar ou não de partido
Governador é filiado ao Republicanos
Em entrevista recente a VEJA, Tarcísio de Freitas negou o que é dado certo nos bastidores da política: o iminente movimento de saída dele do Republicanos. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, vem repetindo que a chegada do governador paulista para a sigla é questão de tempo. Nos cálculos do cacique partidário, a migração deve ocorrer após as eleições municipais deste ano. Questionado por VEJA, Tarcísio desmentiu que está de malas prontas para deixar o Republicanos. “Estou confortável no Republicanos e, por ora, isso nem passa pela minha cabeça. Não vou sair do partido”, afirmou.
A pessoas próximas, o governador tem dito que uma eventual mudança de partido vai depender da disputa que ele vai encarar em 2026. Se tentar a reeleição ao governo paulista, a tendência é a de que permaneça no Republicanos. No caso de optar por um voo maior, concorrendo ao Palácio do Planalto, é quase certo que o destino dele será o PL, mesmo partido de Jair Bolsonaro, de quem Tarcísio é cria e maior herdeiro político. O governador vem mantendo a cautela com relação à sua disposição de concorrer à presidência daqui a dois anos, mas interlocutores têm notado uma disposição cada vez maior dele nessa direção nos últimos tempos. Uma evidência disso são os discursos e declarações de Tarcísio quando aborda temas nacionais.
PESQUISAS SOBRE 2026
Nas sondagens eleitorais a respeito da disputa ao Palácio do Planalto em 2026, Tarcísio é o governador de oposição que se sai melhor no confronto direto com o presidente Lula, que provavelmente concorrerá à reeleição. De acordo com levantamento de julho do Paraná Pesquisas, Tarcísio teria hoje 24,4% das intenções de votos, contra 38,9% do petista. Na hipótese de um segundo turno, Lula ficaria com 44,4%, contra 36,2% do governador paulista.
Testado em um hipotético confronto com Lula em 2026, o paranaense Ratinho Júnior é o segundo governador de oposição que se sai melhor nesse cenário, com 14,2%. Enquanto isso, o mineiro Romeu Zema marcou 13,1% e o goiano Ronaldo Caiado ficou com 7,5%. Nenhum dos governadores aparece hoje com um patamar de intenções de votos próximo ao de Jair Bolsonaro. A despeito dos problemas na Justiça e da inelegibilidade, o ex-presidente continua sendo dono de um enorme ativo eleitoral. Na última sondagem do Paraná Pesquisas, caso estivesse apto a concorrer, Bolsonaro faria hoje a disputa mais equilibrada contra Lula: 38,3% para o petista, contra 36,9% do ex-presidente. Sua capacidade de transferência de votos fica comprovada também quando a pesquisa testa a ex-primeira-dama no seu lugar. Michelle Bolsonaro chegaria a 30,3%, contra 38,7% de Lula.