O aceno eleitoral de Lula aos aliados do MST e do MTST
Após visitar assentamento de sem-terra no Paraná, petista faz afago a Boulos em condomínios populares no ABC
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz nesta sexta-feira, 25, uma visita bastante simbólica: ele vai a dois condomínios populares em Santo André, no ABC paulista, construídos com a participação do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que é liderado por Guilherme Boulos (PSOL).
Além de ser um grande fiador do apoio ao petista no PSOL, Boulos também fez um gesto importante ao abdicar da candidatura ao governo de São Paulo em favor do petista Fernando Haddad. Ele também sairá candidato a deputado federal para ajudar seu partido e a esquerda a eleger mais deputados para apoiar Lula em eventual terceiro mandato.
A convite do companheiro @GuilhermeBoulos, visitarei amanhã os condomínios Novo Pinheirinho e Santo Dias, construídos pelo @mtst em Santo André. O conjunto de prédios foi a maior obra feita por entidades no programa Minha Casa Minha Vida, que criamos no meu governo em 2009.
— Lula (@LulaOficial) March 24, 2022
A visita também tem outro componente eleitoral. Ela ocorre na data do aniversário de 13 anos do programa Minha Casa Minha Vida, uma das principais bandeiras de Lula e que deverá ser retomado com força caso ele vença a eleição. Os condomínios foram construídos por meio do programa “Minha Casa Minha Vida – Entidades”, uma parceria do governo federal com movimentos sociais, que gerenciam todo o processo. Nos dois condomínios, são mais de 1.400 apartamentos. O programa perdeu força no governo Jair Bolsonaro (PL) e Lula pretende explorar isso em sua campanha.
É o segundo aceno de Lula a movimentos sociais em menos de uma semana. No sábado, 19 de março, ele foi ao assentamento Eli Vive, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Londrina, onde posou com os principais líderes do movimento, como João Pedro Stédile e João Paulo Rodrigues.
A visita também tem peso eleitoral. Além de o MST ser um importante aliado desde sempre do petista, o movimento é muito forte no Paraná, onde o ex-presidente tenta emplacar a candidatura do ex-senador Roberto Requião ao governo. No evento de filiação de Requião, na sexta-feira, 18, dezenas de militantes do MST foram levar apoio ao novo petista.
Requião retribuiu: “Nesse nosso Brasil, enquanto houver uma área com capacidade produtiva vazia, ocupada por monopólios de monocultura, não é aceitável que a gente considere um título de propriedade para impedir o povo de lavrar, plantar e de fazer o que faz o MST hoje”, discursou.