Nos EUA, Eduardo Bolsonaro defende o pai: ‘Golpe da Disneylândia’
Deputado discursou no evento conservador CPAC, em Washington, nesta quinta-feira

Durante um evento nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta quinta-feira, 20, que a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro representa uma narrativa de “golpe da Disneylândia”. O parlamentar participa da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), congresso realizado anualmente pela direita norte-americana.
“Um golpe de Estado da Disneylândia, sem armas, sem um plano, e enquanto ele estava em Orlando [na Flórida], provavelmente debatendo estratégias com o Pateta e recebendo conselhos de segurança nacional com o Mickey Mouse“, ironizou Eduardo. O deputado comparou as acusações contra o pai à perseguição política praticada na Venezuela, Cuba e Nicarágua.
O filho Zero Três de Jair Bolsonaro ainda acusou o ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações contra o ex-presidente no Supremo Tribunal Federal, de praticar lawfare — o termo, que ganhou popularidade nos círculos da direita bolsonarista, define um cenário em que as instituições de Justiça de um país são instrumentalizadas para perseguir opositores do governo.
Eduardo alegou, ainda, que o STF praticou “detenção arbitrária, confinamento e tortura” contra Filipe G. Martins, ex-assessor especial da Presidência e um dos denunciados pela PGR por envolvimento no golpe, preso preventivamente por seis meses entre fevereiro e agosto do ano passado. No início da semana, foi revelado que Martins está processando o sistema de imigração dos EUA por supostamente fraudar seus dados de viagens para implicá-lo nas investigações sobre a tentativa de golpe.
Deputado pede ‘orações’ pelos presos do 8 de Janeiro
No mesmo discurso, o parlamentar disse que a direita brasileira está trabalhando pela anistia aos “presos políticos” por envolvimento nos violentos atentados de 8 de janeiro de 2023, e pediu “orações” pelos condenados por participar da destruição dos prédios dos Três Poderes em Brasília.
Além de citar a anistia, Eduardo exaltou o processo movido pela Trump Media Group, empresa do presidente norte-americano Donald Trump, contra o ministro Alexandre de Moraes. “Precisamos reagir, assim como o presidente Trump está fazendo em parceria com o Rumble [rede social de vídeos], que enviou uma ação contra Moraes por censurar e sancionar empresas americanas”, declarou o parlamentar.
Na última quarta-feira, 19, o jornalista Glenn Greenwald, que opera um canal patrocinado no Rumble, revelou à Folha de S.Paulo que a empresa de Trump e a rede social estão processando o ministro do STF na Justiça americana por “censura” contra perfis de oposição ao governo do PT. A plataforma deixou de operar no Brasil em dezembro de 2023, citando “ordens injustas” de Moraes para suspender usuários e remover conteúdos considerados antidemocráticos.