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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Não é apenas a bancada evangélica que é contra os jogos de azar

Oposição à proposta que deve ser votada hoje conta com nomes que vão de Marcelo Freixo a Janaína Paschoal

Por Diogo Magri 22 fev 2022, 11h41

A Câmara dos Deputados deve votar nesta terça-feira (22) o projeto de lei 442/91, que busca legalizar os jogos de azar no Brasil. O PL enfrenta resistência da bancada evangélica, que vê na legalização de cassinos, bingos e jogo do bicho um incentivo à degradação moral e promete votar em peso contra a proposta.

Mas não são apenas os deputados ligados à religião que fazem oposição aos jogos de azar. O tema une outros parlamentares de posições políticas diferentes, como Marcelo Freixo (PSB-RJ) e Janaína Paschoal (PSL-SP). A deputada estadual foi às redes na manhã desta terça para divulgar sua posição. “Sou contrária à legalização dos jogos de azar. Os ‘ganhos’ econômicos serão gastos na recuperação das desgraças sociais e familiares”, escreveu Janaína.

Freixo, por sua vez, se manifestou sobre o assunto em dezembro de 2021, quando o PL entrou na pauta da Câmara. “O Brasil tem 19 milhões de famintos e 14 milhões de desempregados. Minha prioridade é socorrer esses brasileiros. Legalizar os jogos de azar vai aumentar o endividamento e desagregar as famílias”, disse o deputado carioca.

Alexandre Frota (PSDB-SP) é mais um deputado federal que já disse não aprovar “todo tipo de jogo [de azar]”. Em março de 2021, Frota acompanhou uma operação policial num cassino clandestino em São Paulo, onde encontrou o jogador do Flamengo, Gabigol, escondido embaixo de uma mesa. Na época, o parlamentar criticou tanto a atividade do estabelecimento quanto o não cumprimento das medidas restritivas impostas por conta da pandemia de Covid-19, que vivia seu pior momento.

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O Senado também conta com políticos não evangélicos que já demonstraram oposição à proposta. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi o responsável pelo voto que, com a aprovação da Comissão da Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), derrubou um projeto de lei semelhante na legislação anterior, em março de 2018. Na mesma oportunidade, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) também foi contra a legalização.

O PL atual conta com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que só não conseguiu votar a proposta em dezembro por resistência da bancada evangélica. No entanto, mesmo que passe pelos parlamentares, nada indica que o presidente Jair Bolsonaro irá sancioná-lo. Na última vez que se pronunciou sobre o assunto, em janeiro último, Bolsonaro disse que “jogos de azar não são bem-vindos no Brasil”.

 

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