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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Entenda o motivo da prisão de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro

STF rejeitou pedido da defesa feito na audiência de custódia para colocar ex-assessor em liberdade durante as investigações

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 10h20 - Publicado em 15 fev 2024, 13h23

A suposta participação do ex-assessor de assuntos internacionais Filipe Martins na elaboração da minuta do golpe foi o motivo elencado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para mantê-lo preso depois da audiência de custódia da última sexta-feira, 9. O magistrado rejeitou os argumentos da defesa de Martins e entendeu que ele deve continuar preso durante o desenrolar das investigações. Até o final desta semana, os advogados dele apresentarão um pedido para colocá-lo em liberdade.

“A manutenção da prisão preventiva de Filipe Garcia Martins Pereira é razoável, proporcional e adequada até que se garanta a devida colheita probatória”, disse Moraes na decisão. O ex-assessor é suspeito de ter elaborado um documento que teria sido levada por Bolsonaro aos comandantes das Forças Armadas depois da sua derrota nas urnas em 2022. O objetivo, de acordo com as investigações, seria convencer Exército, Marinha e Aeronáutica a apoiar um golpe de Estado.

O episódio é mencionado por Moraes na justificativa para manter a prisão de Martins. “O investigado teria participado do assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado”, diz a decisão da última sexta. Questionado pela reportagem de VEJA sobre o caso da minuta, Jair Bolsonaro negou que tenha conversado com Martins sobre o assunto. “Eu sequer despachava com ele”, afirmou o ex-presidente.

O MOTIVO DA PRISÃO

De acordo com trechos do relatório da PF que constam na decisão que autorizou a operação na semana passada, Martins fez parte da comitiva que acompanhou Bolsonaro a Orlando em dezembro de 2022 e, até o momento, não havia registro do retorno do ex-assessor ao Brasil. Por isso, tinha-se que o endereço dele era incerto, o que foi usado como motivo para a prisão preventiva. Há uma semana, Martins foi encontrado na casa da namorada, em Ponta Grossa, interior do Paraná.

De acordo com a decisão, o ex-assessor “sempre integrou a ala mais radical do governo na defesa da efetivação de um golpe de Estado”. A Polícia Federal encontrou diversos registros da presença de Martins no Palácio do Alvorada, em datas que coincidiriam com reuniões que Bolsonaro teria feito para tratar da minuta golpista.

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Outro lado

Os advogados João Vinícius Manssur e William Janssen, que representam Filipe Martins, informam que: “Apresentaremos ao Exmo. Ministro Relator requerimento de revogação da prisão preventiva, por termos segurança quanto a desnecessidade da medida, sem prejuízo de, em caso de negativa, a matéria vir a ser apreciada pelo Supremo de maneira colegiada, via Agravo Regimental”.

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