Ministro de Lula liga joias dadas a Bolsonaro a venda de refinaria
Em uma postagem feita no X (antigo Twitter), Paulo Pimenta faz um relato como um passo a passo

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, sugeriu haver uma ligação entre o episódio em que o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua mulher, Michelle, receberam joias milionárias da família real dos Emirados Árabes Unidos e a venda de uma refinaria por um valor 10 bilhões de reais abaixo do mercado. “Vender um bem público a preço de bananas é lesar o povo brasileiro. A PF agora vai investigar se Bolsonaro lesou o país em troca de joias”, afirmou Pimenta nas redes sociais.
Em uma postagem feita no X (antigo Twitter) nesta sexta-feira, 5, o ministro faz um relato como um passo a passo (veja abaixo).
https://twitter.com/Pimenta13Br/status/1743347214762508395
Na quinta-feira 4, a Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou um relatório no qual afirma que a venda da refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, em novembro de 2021, foi feita com preço abaixo do valor de mercado e apresentou fragilidades como a escolha do momento do negócio – quando havia uma “tempestade perfeita” e o valor do petróleo estava em forte baixa por causa da pandemia. A refinaria foi vendida por 1,65 bilhão de dólares ao fundo Mubadala Capital, que pertence à família real dos Emirados Árabes.
Outros importantes membros do governo interagiram com a publicação de Paulo Pimenta. “Importante esclarecer se há alguma conexão com o episódio das joias”, afirmou o advogado-geral da União, Jorge Messias, em postagem no X na qual marca o chefe da CGU, Vinícius Marques de Carvalho.
PF vai investigar
A Polícia Federal vai investigar se a venda da refinaria a preço abaixo do mercado tem alguma relação com os presentes que Bolsonaro e Michelle receberam da família real dos Emirados Árabes meses antes da conclusão do negócio. O casal recebeu ao menos três levas de joias como relógio, canetas, abotoaduras, colares de diamantes e esculturas cujos valores, somados, ultrapassam 15 milhões de reais. Uma verdadeira operação, inclusive com uso de aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), foi organizada para trazer as joias sem declará-las à Receita Federal. Pela lei, todo bem avaliado em mais de 5.000 reais (1.000 dólares) deve ser declarado na chegada ao país.
Parte desses presentes chegou a ser vendida nos Estados Unidos, mas teve de ser resgatada por aliados de Bolsonaro para ser devolvida por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). O ex-presidente e a ex-primeira-dama, além de outros envolvidos na tentativa de trazer as joias ao país sem declará-las à Receita Federal, foram ouvidos em depoimentos na PF. Os inquéritos seguem abertos.