Marina após polêmica no Senado: ‘Me senti agredida fazendo o meu trabalho’
Ministra, que abandonou audiência em comissão após ouvir que 'não merece respeito', disse que 'nunca terão sua submissão' e não descartou processar senador

Depois de ouvir do senador Plínio Valério (PSDB-AM) que “não merece respeito” e abandonar a Comissão de Infraestrutura do Senado, a ministra Marina Silva disse, nesta terça-feira, 27, que se sentiu agredida e não descartou a possibilidade de adotar medidas judiciais contra o parlamentar. “Eu me senti agredida fazendo o meu trabalho”, disse horas depois do episódio.
Questionada sobre a pretensão de denunciar os senadores da comissão, a ministra falou em “não abrir mão do nosso direito”. “A manifestação do senador de que ‘foi muito difícil não me enforcar’, eu já estava analisando com os meus advogados. Agora ele agravou a situação propositadamente (…). Eu, graças a Deus, respeito todas as pessoas. Sempre procuro fazer o diálogo respeitando as pessoas. Agora, o que nunca vão ter de mim é submissão”, afirmou.
“O que não pode é alguém achar que, porque você é mulher, porque você é preta, porque você vem de uma trajetória de vida humilde, que vão dizer quem eu sou e ainda que eu devo ficar no meu lugar. O meu lugar é onde todas as mulheres devem estar”, disse a ministra.
Entenda o caso
Na manhã desta terça, a ministra do Meio Ambiente foi convidada a depor na Comissão de Infraestrutura do Senado. Ela foi alvo de ataques dos senadores do colegiado e, por isso, decidiu deixar a sessão. O estopim foi uma fala de Plínio Valério, que falou que Marina “não merece respeito”.
“Ministra Marina, que bom reencontrá-la. Ao olhar para a senhora, estou vendo a ministra, não estou falando com a mulher. A mulher merece respeito, a ministra não. Por isso eu quero separar”, disse o tucano. Em outra ocasião, ele havia dito que tinha vontade de “enforcá-la”.
Marina exigiu um pedido de desculpas e, como ele se recusou a voltar atrás, a ministra foi embora da sessão. Porém, esse não foi o único constrangimento. No começo da sessão, o presidente do colegiado, Marcos Rogério (PL-RO), disse que Marina deveria “pôr-se no seu lugar”.