Malafaia parte para ataque ao Datafolha: “Pesquisa errada, uma safadeza”
Um dos líderes religiosos mais próximos a Jair Bolsonaro, ele postou vídeo tentando desacreditar os resultados dos últimos levantamentos eleitorais

Um dos principais aliados e interlocutores de Jair Bolsonaro no meio evangélico, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, engrossou a estratégia de ataques dos aliados do governo contra as pesquisas eleitorais. Esses ataques vêm crescendo à medida em que os levantamentos eleitorais mostram uma considerável e persistente vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva sobre o presidente na corrida ao Palácio do Planalto. Na manhã deste sábado, 25, Malafaia postou no Twitter um vídeo com ataque frontal ao Datafolha. Na quinta, 23, o instituto publicou nova sondagem presidencial mostrando que o petista tem chances até de vencer a eleição no primeiro turno, com 53% dos votos válidos.
Malafaia tentou contestar o novo Datafolha recordando o cenário de 2018. Segundo o pastor, na ocasião, o instituto colocou os candidatos petistas à frente de Bolsonaro (primeiro Lula, depois Fernando Haddad) até quase a véspera daquele pleito. “Quando todos já sabiam, aí eles colocam que Bolsonaro está na frente”, afirma o religioso no vídeo, tentando dar ares de tentativa de conspiração à divulgação dos dados. Na verdade, no caso eleições presidenciais, com mostrou uma recente reportagem de capa de VEJA, desde 1989, Datafolha e Ibope acertaram todos os dados de primeiro e segundo turnos nas pesquisas feitas na véspera ou na data do pleito. Em 27 de outubro de 2018, um dia antes do segundo turno, o Datafolha apontou que Bolsonaro teria 55% das intenções de voto, contra 45% de Haddad. A votação foi 55,13% a 44,87%.
Sobre o levantamento mais recente do Datafolha com projeção para o pleito de 2022, Malafaia reclamou ainda que os levantamentos são feitos quando há denúncias contra o governo, referindo-se ao recente caso da prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. “Isso é uma vergonha”, atacou o pastor, que desconfiou ainda do resultado do último Datafolha que mostrou liderança de Lula até entre o eleitorado evangélico. “Eu desafio o Datafolha: para cada voto de Lula no meio evangélico, há três ou quatro para Bolsonaro”, afirmou, mas sem mostrar qualquer evidência capaz de comprova tal afirmação.