Mãe de Daniel Silveira se negou a prestar depoimento à PF
Segundo delegado, Matildes Silveira invocou previsão legal de que familiares de investigados não são obrigados a depor como testemunhas

Enquanto o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) desfila pela Câmara sem tornozeleira eletrônica, em desrespeito a uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a mãe do parlamentar também não faz questão de cumprir o que manda o magistrado. Matildes da Silva Silveira, conhecida como Tia Matildes, se negou a prestar depoimento à Polícia Federal no inquérito que apura 30 violações de Silveira ao uso da tornozeleira, que teriam ocorrido entre abril e maio de 2021.
No caso da mãe do deputado, contudo, há base legal para a negativa em falar aos investigadores. Segundo a PF, o advogado de Matildes, que também defende Daniel Silveira, invocou o artigo 206 do Código de Processo Penal, segundo o qual familiares de investigados, entre eles a mãe, não são obrigados a depor como testemunhas.
O depoimento virtual de Matildes estava previsto para o dia 31 de março, e a PF tentou contatá-la duas vezes, por meio do WhatsApp, para agendá-lo. Diante das notificações, a defesa dela questionou os contatos e passou a alegar que ela estava sofrendo constrangimentos ilegais da PF a mando de Moraes. Em 11 de abril, o delegado que conduz a apuração, Cristiano de Souza Elói, afirmou ter ficado “prejudicada” a oitiva dela, diante do argumento apresentado pelo advogado.
No curso das investigações, que apuram três dezenas de intercorrências com a tornozeleira eletrônica de Silveira, o parlamentar explicou que, em uma das infrações apontadas, deixou sua casa, em Petrópolis, para visitar Matildes na casa dela, na vizinhança, em razão de supostos problemas de saúde pelos quais ela passava. Nesta segunda-feira, 2, a pedido da PF, Alexandre de Moraes prorrogou a investigação por mais 60 dias.