Lula deve anunciar auxílio emergencial para gaúchos nesta terça
Palácio do Planalto acerta últimos detalhes do repasse a ser feito a moradores do estado; prioridade será atender os mais carentes

O presidente Luiz Inácio da Silva deve anunciar nesta terça, 14, a criação de um auxílio emergencial, a exemplo do modelo vigente durante a pandemia de Covid-19, para a população do Rio Grande do Sul. Os últimos detalhes da ajuda estão sendo acertados pelo Palácio do Planalto entre hoje e amanhã. Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou a intenção de pagar um benefício às famílias atingidas pelas chuvas.
Além do direcionamento de emendas parlamentares, repasse direto às prefeituras atingidas e obras do PAC para a reconstrução do estado, tem crescido a pressão sobre o governo Lula para a liberação de um recurso a ser depositado diretamente na conta dos moradores, especialmente os de baixa renda.
Já há projetos de lei protocolados na Câmara com a previsão de repasse mensal de 600 reais — caso da proposta da deputada Tabata Amaral (PSB-SP) para habitantes de municípios em estado de calamidade pública. De acordo com Góes, são 441 cidades nesta condição das 497 do estado.
Ao lado dos parlamentares do nosso Gabinete Compartilhado, eu apresentei um projeto de lei com regras para que a população de baixa renda no Rio Grande do Sul receba um auxílio de R$ 600 por mês em qualquer situação em que for decretado o estado de calamidade pública. Estado de… pic.twitter.com/S7hjpB7QCe
— Tabata Amaral (@tabataamaralsp) May 9, 2024
Também no sábado, o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), anunciou o pagamento de 2.000 reais a famílias atingidas pelas enchentes com recursos arrecadados pelo PIX SOS Rio Grande do Sul, que já soma quase 90 milhões de reais. Os critérios para a seleção das famílias ainda não foi divulgado, mas a expectativa é que os desabrigados tenham prioridade — são mais de 71.000 pessoas vivendo em abrigos instalados em todo o estado.
Na sexta, decreto publicado pelo governador já havia determinado outro repasse, de 2.500 reais, a cerca de 20.000 famílias gaúchas pobres ou extremamente pobres inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). O orçamento para o benefício é de 50 milhões de reais, que será dividido em parcela única aos contemplados, que devem estar desabrigados ou desalojados em consequência dos eventos climáticos.
Sem contabilizar os prejuízos pessoais dos moradores, o cálculo inicial para recuperar o estado apresentado por Leite chega a 19 bilhões de reais. A destruição provocada pelas fortes chuvas que atingem a maioria das cidades gaúchas desde o final de abril vai exigir do governo planejamento para refazer de escolas e postos de saúde a estradas e pontes.
Na semana passada, o governo Lula anunciou um pacote de quase 51 bilhões de reais com foco nos trabalhadores. O valor visa garantir crédito para a reconstrução de pequenas e médias empresas, investir em infraestrutura e assegurar a retomada da produção da agricultura familiar no Rio Grande do Sul.