Maquiavel

Por José Benedito da Silva

A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Brasil

Lula critica ‘tarifas arbitrárias’ de Trump e aponta ‘autonomia em xeque’

Presidente classificou o tumulto gerado pelo americano como 'guerra comercial' e disse que a história ensina que esse tipo de conflito 'não tem vencedores'

Por Heitor Mazzoco SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 9 abr 2025, 18h57 - Publicado em 9 abr 2025, 18h48

Lula fala durante sessão de Abertura da 9ª Reunião de Cúpula de Chefes de Estado da CELAC (Ricardo Stuckert/Divulgação)

Na abertura da 9ª Cúpula de Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Tegucigalpa, Honduras, nesta quarta-feira, 9, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pediu maior integração econômica entre os países do bloco.

O petista afirmou que a autonomia está em xeque depois de anos de luta contra ditaduras pelos países latinos. “Agora, nossa autonomia está novamente em xeque. Tentativas de restaurar antigas hegemonias pairam sobre nossa região”, afirmou. “Imigrantes são criminalizados e deportados de maneira degradante”, continuou o representante do Poder Executivo federal brasileiro. Lula se referiu aos brasileiros que foram algemados em aviões que partiram dos Estados Unidos com expulsos de solo norte-americano.

Lula ainda citou a guerra tarifária iniciada pelo presidente Trump contra diversos países, o que inclui o Brasil. Em um momento de tensão econômica entre Estados Unidos e China, Lula classificou a disputa como “guerra comercial” e que a história ensina que o conflito “não tem vencedores”. Nesta quarta, Trump elevou tarifas contra produtos chineses em 125%, enquanto Pequim respondeu, mais cedo, com aumento de 84%, já em resposta aos comandos do americano.

O petista pediu ainda união entre os países latinos em seu discurso de abertura do encontro. “Se seguirmos separados, a America Latina corre risco de regressar em nova divisão do globo em superpotências. O momento exige que deixemos diferenças de lado”, disse.

Lula defendeu ainda eleição de uma mulher para comandar a Organização das Nações Unidas (ONU). “A Celac pode contribuir para resgatar a credibilidade da ONU, elegendo a primeira mulher secretária-geral da organização”, afirmou o presidente. Fundada em 2010, a Celac reúne representantes de 33 países da América Latina e Caribe, o que representa, em temos populacionais, 670 milhões de pessoas.

Após a participação no evento, Lula regressará ao Brasil e deve chegar a Brasília na madrugada desta quinta-feira, 10.