Lula aceita presidente da Telebras para Ministério das Comunicações
Nome é indicação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); líder do partido na Câmara havia recusado convite

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu aceitar, nesta quarta-feira, 23, a indicação do presidente da Telebras, Frederico de Siqueira Filho, para o Ministério das Comunicações.
O novo chefe da pasta foi indicado durante reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e com o líder do partido da Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA). A decisão se dá um dia após Pedro Lucas ter recusado o convite de Lula, colocando o governo em uma saia justa com o União. A recusa expôs ainda mais a dificuldade do Planalto na condução de uma base de apoio no Congresso.
Segundo interlocutores, a oficialização de Siqueira Filho no novo posto deve acontecer até esta quinta-feira, 24. O deputado Lucas Fernandes chegou a ser anunciado como chefe das Comunicações pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, há cerca de duas semanas. A indicação pelo presidente da Telebras partiu diretamente de Alcolumbre, de quem é aliado.
Recusa
Na noite da última terça-feira, 22, Lucas Fernandes pediu “sinceras desculpas” a Lula e afirmou que prefere permanecer na função que exerce na Câmara.
“Com espírito de responsabilidade e profundo respeito pela democracia brasileira, venho a público agradecer ao presidente Lula pelo honroso convite para assumir o Ministério das Comunicações”, afirmou, em nota. “Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados”, completou.
O anúncio foi feito após reunião entre Pedro Lucas, o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado. O deputado vinha sendo pressionado por deputados da ala oposicionista do partido a não assumir o ministério.
A chefia do Ministério das Comunicações estava vaga desde o início deste mês, quando o ministro Juscelino Filho, também do União, pediu exoneração após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República por suspeita de irregularidades na destinação de emendas a seu reduto eleitoral.