Líder brasileiro das Forças Armadas publica texto anti-golpe
Post foi divulgado nas redes sociais e cita o atual comandante do Exército, general Freire Gomes
O general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército brasileiro, publicou um texto nas redes sociais nesta sexta-feira, 28, no qual defendeu que os militares trabalhem dentro da legalidade — palavras significativas em meio aos ataques promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral e ao movimento de radicais para transformar o 7 de Setembro em um libelo anti-democrático. No post em questão, Villas Bôas citou um discurso do atual comandante do Exército, general Freire Gomes, no Dia do Soldado, comemorado ontem em homenagem a Duque de Caxias, conhecido como o pacificador. “Aos que nos atribuem possíveis intenções de agir fora dos princípios da legalidade, legitimidade e estabilidade, nosso comandante disponibilizou uma didática fonte àqueles que, com boas intenções, desejam conhecer a alma do Exército”, escreveu.
Villas Bôas foi assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro. Foi exonerado em junho deste ano. No texto publicado hoje, o general afirmou que Freire Gomes “lavou a alma” dos integrantes do Exército ao confrontar aqueles que atacam a imagem dos militares.
“Soldado Brasileiro! Se, em algum momento, verdades transfiguradas, notícias infundadas e tendenciosas ou narrativas manipuladas tentarem manchar nossa honra, na vã esperança de desacreditar a grandeza de nossa nobre missão, lembrem-se de que a calúnia jamais maculou a glória de Caxias. O bravo Guerreiro demonstrou que seu coração de Pacificador era ainda maior que a formidável têmpera de sua espada invencível”, concluiu.
Em abril de 2018, na véspera do julgamento de um habeas corpus de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Supremo Tribunal Federal, Villas Bôas causou polêmica ao dizer, em um post, que repudiava a impunidade e que o Exército estaria “atento às suas missões institucionais”. Na época, o comentário gerou reação. O então ministro Celso de Mello afirmou que a declaração “claramente infringiu o princípio da separação de Poderes”.