Maquiavel
Por José Benedito da Silva
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Julgamento no STF: Fux supera Moraes e empata com Bolsonaro nas redes
Levantamento do Instituto Democracia em Xeque mostra que voto contrário do ministro monopolizou atenção no meio digital
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Atualizado em 11 set 2025, 18h54 - Publicado em 11 set 2025, 18h06
O longo voto do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira, 10, movimentou a internet e fez com que o magistrado tivesse um crescimento exponencial de menções nas redes.
Segundo o Instituto Democracia em Xeque (DX), que monitora o discurso político no meio online, Fux alcançou 2,8 milhões de citações — sendo 99% delas obtidas entre a tarde de quarta e desta quinta-feira, 11. De acordo com o DX, o voto do ministro no julgamento do núcleo crucial da tentativa de golpe de Estado, do qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos réus, dominou o debate digital, consolidando-o como o centro das narrativas.
Entre as 9h e 14h, aponta o levantamento, Fux passou de algumas centenas de menções para quase 290.000 citações por hora, superando a circulação sobre os ministros Alexandre de Moraes e Flávio dino no mesmo período. Esse pico, diz o DX, evidencia a centralidade narrativa do voto de Fux, que monopolizou a atenção digital e reconfigurou o centro de gravidade do debate em torno de sua atuação, em contraste com o padrão mais estável observado nos dias anteriores.
Já entre 17h e 18h, o total de menções a Fux superou a quantidade de menções a Moraes na semana, tornando-se o ministro do STF mais citado em todo o processo do julgamento. Na manhã desta quinta-feira, 11, Fux empatou com Bolsonaro na quantidade de menções da semana.
Voto
O voto de Fux, que divergiu dos colegas da Primeira Turma e que defendeu a anulação de todo o processo por falta de competência do STF para julgar os réus, foi tido como uma “surpresa” tanto pelo campo conservador, quanto pelo campo progressista e pela imprensa.
Ao mesmo tempo, aponta relatório do Instituto Democracia em Xeque, o voto do ministro também fez com que conservadores, progressistas e a mídia compartilhassem a impressão de que Fux teria agido como um “juiz de defesa”, promovendo a defesa de Bolsonaro com mais eficiência do que seus próprios advogados.
O levantamento mostra, ainda, que o voto de Fux foi exaltado, principalmente, como demonstração de força contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. De acordo com o monitoramento, o movimento abre espaço para que haja um impacto político — seja em uma eventual anistia ou na reversão das condenações e da inelegibilidade, o que poderia levar Bolsonaro às urnas nas eleições de 2026.
Outro ponto é que a divergência aberta por Fux também foi balizada como uma forma de confirmar que o país estaria sofrendo restrições aos direitos humanos — como tem sido alardeado por aliados de Bolsonaro –, justificando as sanções de Donald Trump ao Brasil.
O jornalista Paulo Figueiredo, que está nos Estados Unidos ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), afirmou nas redes que, com seu voto pela anulação do julgamento, Fux não correria mais riscos de sanções da Casa Branca, que se estendem aos demais magistrados brasileiros.
Termos
O monitoramento do DX também filtrou os principais termos usados no meio digital sobre o julgamento no STF. Entre eles, Fux aparece com destaque em menções, além de palavras como “toga”, “honra” e “anula”.
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