Inveja motivou morte de menina em sala de aula, conclui investigação
Ministério Público e Polícia Civil afirmam que dois adolescentes de 14 anos planejaram e executaram assassinato de colega da mesma idade

A adolescente de 14 anos que foi morta a tesouradas em uma escola particular de Uberaba, em Minas Gerais, foi cometida por outros dois meninos, também de 14 anos, colegas de turma, e o crime foi motivado por inveja. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 20, em coletiva de imprensa do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) junto com a Polícia Civil.
“O motivo do crime: não há bullying. Está circulando nas redes sociais que o motivo teria sido bullying, ou misoginia, ou qualquer coisa semelhante. Não foi apurado nesse sentido. O adolescente alegou em uma entrevista informal que sentia inveja da menina. Ele já a conhecia há muitos anos, mas não havia um relacionamento afetivo entre eles”, afirmou o delegado Edson Moreira, do DHPP.
Moreira ainda reforçou que o crime foi pontual e que não há possibilidade de ele ser replicado, como ocorre, por exemplo, em crimes motivados por desafios de internet. “Foi um crime frugal. Foi um plano de adolescentes de 14 anos que, por mais abjeto que seja, foi estancado naquele momento. Não há risco de uma reiteração da conduta”, afirmou.
Segundo a escola, o ataque ocorreu na manhã da quinta-feira, 8, durante uma aula. Os agressores fugiram logo em seguida. A menina, ainda de acordo com a instituição, recebeu o primeiro socorro de um professor da instituição, que é também estudante do décimo período de medicina, até que o Samu chegasse. Após ser atendida, no entanto, ela não resistiu.

De acordo com as autoridades, o primeiro adolescente, aquele que de fato cometeu o crime, foi preso instantes depois da morte da menina. Já o segundo, só foi possível chegar até ele no dia seguinte, após um depoimento informal do menino já detido. “Não há um terceiro elemento. O crime foi cometido por dois adolescentes. Um executor e um partícipe apenas”, disse o delegado.
O caso é mantido em segredo de Justiça por se tratar de três jovens menores de idade. De acordo com o promotor de Justiça Diego Aguillar foi necessário a formação de uma força-tarefa para a investigação e elucidação dos fatos.