Governo Lula faz acordo com servidores, mas aguarda Ibama e professores
Segundo o Ministério da Gestão e Inovação, proposta de reajuste dos benefícios foi aceita por mais de 80% das entidades
Entidades representativas dos servidores públicos federais fecharam nesta quinta-feira, 25, um acordo com o governo Lula para reajuste de benefícios. O aumento salarial reivindicado pelos funcionários, no entanto, será negociado categoria a categoria, com previsão de pagamento apenas em 2025 e 2026.
Segundo o Ministério da Gestão e Inovação, mais de 83% das entidades assinaram o Termo de Compromisso. A proposta prevê reajuste do auxílio-alimentação de 658 para 1.000 reais, do auxílio-saúde, de 144 para 215 reais, e o auxílio-creche de 321 para 484,90. reais
A medida encerra parte das mobilizações dos servidores federais, em uma vitória para o governo Lula, que vinha sofrendo pressão por parte dos sindicatos. Segundo o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Tipicas do Estado (Fonacate), a portaria sobre o reajuste dos benefícios deve ser publicada até o dia 29 de abril. O pagamento está previsto para o dia 1º de maio.
O acordo inclui servidores do Ipea, Fiocruz, Itamaraty, agências nacionais de regulação, especialistas em políticas públicas e gestão governamental, auditores fiscais agropecuários, peritos criminais federais, auditores fiscais do trabalho, servidores administrativos da Polícia Rodoviária Federal, Ministério da Fazenda e analistas da Receita Federal, entre outros.
Professores
Como VEJA mostrou, a cobrança aumentou com a greve dos professores das universidades federais e dos institutos de ensino. O ministério apresentou proposta de reajuste para a categoria de 9,0% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026, mas os servidores ainda não deram uma resposta e indicaram que vão manter a greve até a deliberação nos estados, que deve ocorrer em assembleias marcadas para sexta-feira, 26.
Ibama
Os fiscais do Ibama e ICMBio, em paralisação desde janeiro, devem rechaçar a proposta do governo. Segundo a Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), entidades de 21 estados já votaram contra. A mobilização impacta processos de licenciamento ambiental e ações de fiscalização em terras indígenas e na Amazônia. Em três meses, os autos de infração do Ibama por crimes ambientais caíram 67.65% em todo o Brasil.