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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Gilmar x Moro: após um ano parada, denúncia por calúnia vai a julgamento

Caso em que senador brincou sobre a 'compra' de um habeas corpus do ministro durante uma festa junina foi liberado para inclusão na pauta do STF

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 Maio 2024, 16h12 - Publicado em 30 Maio 2024, 13h08

Depois de passar exatamente um ano parada no gabinete da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, foi liberada para julgamento a denúncia que a Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por ele ter brincado sobre “comprar” um habeas corpus do ministro Gilmar Mendes durante uma festa junina.

O caso está na Primeira Turma da Corte, que precisa decidir se aceita ou não a denúncia ofertada em abril de 2023 pela então vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo. A última movimentação do processo havia sido no dia 29 de maio de 2023, quando ela se manifestou sobre a defesa prévia apresentada por Moro. Depois disso, o caso ficou parado, até ser liberado para julgamento nesta quarta-feira, 29.

Se o colegiado aceitar a denúncia, Moro será colocado oficialmente no banco dos réus. Ele é acusado do crime de calúnia, cuja pena máxima é de dois anos de prisão. No entanto, a PGR pede que sejam incluídas três agravantes: pelo suposto delito ter sido praticado na frente de várias pessoas, pela vítima ser funcionário público e por ela ter mais de 60 anos.

Mesmo que os três agravantes sejam aplicados em uma eventual condenação, a pena final dificilmente teria mais de oito anos de prisão — mínimo necessário para que comece a ser cumprida em regime fechado. Até esta quinta-feira, 30, a Corte não havia marcado nenhuma data para o julgamento acontecer.

‘Compra’ de HC

Em abril do ano passado viralizou nas redes sociais um vídeo, sem autoria e origem identificadas, na qual Moro está em uma festa junina e brinca sobre a possibilidade de “comprar” um habeas corpus do ministro Gilmar Mendes.

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Uma mulher, que não aparece na filmagem, diz “tá subornando o velho”. Depois, o senador diz: “não, isso é fiança… instituto… pra comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”. O vídeo dura apenas oito segundos.

O magistrado representou à PGR, que decidiu ofertar uma denúncia criminal contra o senador. Como ele está no exercício do mandato, o foto competente é o STF.

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Adversários

Moro e Gilmar são adversários de longa data. Os dois já se criticaram mutuamente diversas vezes, desde a época em que o senador liderava a Operação Lava-Jato. O decano do STF disse, em abril, ao comentar o encontro que teve com o ex-juiz federal às vésperas do seu julgamento na Justiça Eleitoral, que Moro tem “lacunas de formação” e sugeriu que ele frequentasse a biblioteca do Senado. O parlamentar, por sua vez, já se referiu a Gilmar como “inimigo do combate à corrupção”, por causa de decisões do ministro em ações que envolvem a força-tarefa.

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