Flávio Bolsonaro elogia projeto do governo Lula contra roubo de celulares
Senador retira projeto de sua própria autoria da pauta de votação a pedido do Ministério da Justiça, que já implementou um sistema semelhante

Um episódio inusitado na política nacional ocorreu nesta terça-feira 8 no Congresso: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho primogênito do ex-presidente Jair Bolsonaro e uma das principais vozes da oposição no Legislativo, elogiou um programa de segurança pública do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e desistiu de votar um projeto de sua própria autoria que tratava do mesmo tema.
Na pauta da Comissão de Segurança Pública do Senado, presidida por Flávio, estava prevista a votação de uma proposta do senador que permite bloquear celulares roubados após o registro da ocorrência na polícia. A ideia seria utilizar um código único contido em cada dispositivo para inutilizar o aparelho, dificultando a venda da mercadoria no mercado ilegal.
No entanto, algumas horas antes, o Ministério da Justiça havia anunciado uma nova função do aplicativo Celular Seguro, desenvolvido pelo governo federal, que permite justamente registrar o furto e bloquear remotamente todas as funcionalidades do aparelho. Após conversar por telefone com o secretário-executivo do ministério, Manoel Carlos, na manhã de hoje, Flávio decidiu retirar seu próprio texto da agenda de votações.
“Pelas explicações que ele me deu, se for, na prática, o que estiver acontecendo, é uma coisa muito positiva”, afirmou o senador. “É uma iniciativa administrativa que pode, sim, coibir o que alimenta esse ecossistema de roubos e furtos de celulares, para que as lojas que comercializam esses produtos sejam identificadas e penalizadas”, acrescentou. Segundo Flávio, seu texto foi retirado da pauta e o secretário-executivo será convocado à Comissão de Segurança Pública, presidida pelo senador, para explicar o funcionamento.
Não é a primeira vez que Flávio Bolsonaro elogia o projeto Celular Seguro. Em dezembro de 2023, quando a primeira versão do sistema foi anunciada, o filho Zero Um do ex-presidente defendeu o aplicativo. “É uma iniciativa inteligente para tentar reduzir uma prática que aterroriza a população. Espero que surta efeito”, declarou, na época, em entrevista ao portal Metrópoles.