‘Fim do cessar-fogo em Gaza traz morte, destruição e miséria’, diz Papa
Pontífice alertou para a falta de bens e serviços essenciais nos territórios palestinos

Neste domingo, 3, o Papa Francisco lamentou o fim do cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, e fez um apelo para que os combatentes suspendam novamente as hostilidades e busquem soluções pacíficas ao conflito.
“Me entristece que a trégua tenha sido quebrada. Isso significa morte, destruição e miséria”, disse a mensagem do Papa transmitida em telões na Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano. O pontífice alertou para a quantidade de reféns que ainda são mantidos em Gaza e ressaltou que muitos cidadãos nos territórios palestinos sofrem com falta de “necessidades básicas”.
“Espero que todos os envolvidos possam chegar a um novo acordo de cessar-fogo, assim que possível, e encontrem alternativas às armas, tentando seguir o corajoso caminho da paz”, acrescentou o Papa.
Fim da trégua
O acordo de cessar-fogo, firmado em 24 de novembro após discussões intermediadas pelo governo do Catar, caiu por terra diante de acusações mútuas de violações por Israel e Hamas. Na manhã do último sábado, 2, o governo de Tel Aviv informou que iria trazer de volta os agentes do Mossad, agência israelense de inteligência, que estavam em Doha para negociações.
Em coletiva de imprensa, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que o país continuará a guerra “até alcançar todos os seus objetivos” – em resumo, a libertação de todos os reféns e a eliminação completa dos radicais islâmicos em Gaza. “Nossos soldados se prepararam durante os dias de trégua para uma vitória total contra o Hamas”, afirmou.
O governo Netanyahu alega que foi alvo de disparos durante o período de trégua, e também acusa os combatentes palestinos de descumprir sua promessa de libertar mulheres e crianças mantidas como reféns. Já o Hamas diz que Tel Aviv se recusou a participar de uma nova troca de prisioneiros e que se ofereceu para enviar corpos de reféns mortos em Gaza durante os confrontos, mas que Israel “já havia decidido retomar a agressão e não respondeu.”
Retomada das hostilidades
Também no sábado, Israel retomou os bombardeios aéreos na Faixa de Gaza, deixando ao menos 184 pessoas mortas e quase 600 feridos. Segundo o exército israelense, os ataques tiveram cerca de 400 alvos, sendo 50 deles na cidade de Khan Younis, no sul da região, onde casas e mesquitas ficaram destruídas e o necrotério da cidade está em pleno colapso.