Familiares e advogados de réus do 8 de janeiro fazem ato em Brasília
Grupo queixa-se da decisão de Alexandre de Moraes de realizar julgamentos no plenário virtual; sessões serão retomadas nesta terça-feira, 26

Advogados e familiares de réus dos atos de 8 de janeiro se reúnem nesta segunda-feira, 25, na Praça dos Poderes, em Brasília, em protesto contra o que classificam como “violações de prerrogativas” das defesas. O grupo queixa-se da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de realizar os julgamentos no plenário virtual da Corte. Nesse formato, os votos são inseridos em um sistema eletrônico no prazo de sete dias e não há sessões para debate — as defesas são feitas pelos advogados por meio de vídeos enviados ao Supremo.
No ato desta segunda, o grupo deverá fazer a sustentação oral de parte dos réus — direito que apontam não estar sendo respeitado com a decisão de Moraes.
O julgamento dos réus de 8 de janeiro no STF será retomado na próxima terça-feira, 26. No total, a Corte vai analisar 232 ações. Os primeiros três réus foram julgados no plenário físico, todos condenados por associação criminosa e tentativa de golpe de estado. Na ocasião, os advogados fizeram a sustentação oral e os ministros votaram de forma presencial.
“Violações de prerrogativas de advogados, nulidades processuais, uma infinita sequência de injustiças. Temos denunciado isso desde o início, mas não temos sido ouvidos”, afirma a advogada Gabriella Ritter, presidente da Associação de Familiares e Vítimas de 8 de Janeiro, entidade criada para defender os envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília no início do ano. Além de presidir a associação de familiares, a advogada é filha de um dos réus, Miguel Fernando Ritter, de 59 anos, de Santa Rosa (RS). Ele foi preso na invasão ao Palácio do Planalto, em Brasília, e aguarda julgamento.