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Família do barulho: pai alvo da PF, filho atirador e fura-filas da vacina

Agentes vão a endereços do empresário Nilton Lins em Manaus e são recebidos à bala pelo filho; médicas foram vacinadas um dia após nomeação pela prefeitura

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 jun 2021, 11h44

O empresário amazonense Nilton Costa Lins Júnior é um dos alvos da Operação Sangria, que foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, dia 2.

Bastante conhecido pela elite política e econômica de Manaus, Lins é sócio-administrador do Complexo Hospitalar Nilton Lins, uma das unidades que são referência no atendimento de pacientes da Covid-19 e que mantém contratos com o governo do Amazonas. A PF cumpriu  mandados de busca e apreensão justamente em endereços residenciais de Lins e da unidade hospitalar.

Na casa do empresário, no entanto, houve um entrevero. Tiros foram disparados contra agentes da PF que cumpriam o mandado. “A Polícia Federal foi recebida a tiros pelo filho do Nilton Lins. Foi uma situação bastante constrangedora e perigosa em Manaus”, disse a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo em sessão desta quarta-feira no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A operação havia sido autorizada pelo ministro do STJ Francisco Falcão.

Print dos stories que gerou polêmica após postagem nas redes sociais. Na imagem tem a publicação das duas médicas recém-formadas tomando a vacina contra o COVID -19.
Gêmeas provocaram polêmica ao serem vacinadas um dia após serem nomeadas e postarem nas redes sociais (Reprodução/Reprodução)

Esta não é a única polêmica em que o clã Nilton Lins se envolveu neste ano. Em janeiro, quando a população amazonense ainda vivia dias de desespero pelo desabastecimento do oxigênio no sistema de saúde, as enteadas de Nilton Lins Júnior, as gêmeas Gabrielle kirk Lins e Isabelle Kirk Lins, recém-formadas em medicina, receberam a primeira leva de vacinas contra Covid-19 que chegou à capital. As duas haviam sido nomeadas a cargos comissionados na prefeitura de Manaus um dia antes do início da imunização na cidade. Depois, acabaram sendo exoneradas do posto e passaram a ser investigadas pelo Ministério Público do Estado do Amazonas por suspeita de furar a fila da vacina.

O empresário não atua só no ramo da Saúde. Ele também é presidente da mantenedora da Universidade Nilton Lins, que leva o nome do seu pai e é uma das maiores instituições de ensino superior do estado.

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