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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Exclusivo: vídeos mostram como colombiano foi morto com 44 tiros por PMs

Gravações obtidas por VEJA revelam como se desenrolou a abordagem ao suspeito em uma rua da região central de São Paulo, na véspera do Natal de 2024

Por Redação Atualizado em 11 mar 2025, 21h34 - Publicado em 11 mar 2025, 21h22

Imagens obtidas por VEJA mostram como se desenrolou a abordagem de policiais militares a um homem colombiano, que terminou com a morte do suspeito com mais de quarenta tiros dentro do apartamento onde vivia, na rua Aurora, no centro de São Paulo, na véspera de Natal de 2024. As gravações, feitas pelas câmeras instaladas nos uniformes da Polícia Militar, são peças fundamentais da investigação sobre a atuação dos PMs no episódio.

Em 24 de dezembro de 2024, a PM foi acionada por moradores da região, que relataram ter ouvido gritos semelhantes aos de uma criança em um dos apartamentos. Quando os policiais chegaram ao prédio, localizado na rua Aurora, foram recebidos pelo morador de uma unidade localizada no 11º andar, que contou ter ouvido os barulhos e visto a porta aberta e sangue escorrendo no apartamento nº 1111.

Ao entrar no apartamento, os policiais se depararam com Michael Stiven Ramirez Montes, um colombiano de 33 anos, esfaqueando um cachorro de grande porte, aparentemente em surto psicológico.

De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado na madrugada do dia 25, os policiais “tentaram verbalizar com Michael, mas não surtiu efeito”. Ainda segundo o que foi registrado no BO, também tentaram utilizar o aparelho de teaser para imobilizar o suspeito, mas este teria falhado. “Em determinado momento, Michael esboçou ‘ir pra cima’ dos policiais, que foram obrigados a efetuar muitos disparos contra Michael, que atingido, veio à óbito no local”, relata o documento registrado na polícia.

As imagens obtidas por VEJA mostram que isso não ocorreu. Embora os policiais tenham de fato negociado com o suspeito por mais de dez minutos, que resistia em entregar a faca, os tiros começaram a ser disparados quando Michel voltou a torturar o cachorro, sem que ele avançasse sobre os agentes de segurança. Após a primeira sequência de disparos, os PMs caminham para o interior do imóvel e voltam a atirar no suspeito, já completamente sem poder de reação.

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Veja no vídeo abaixo o momento em que os policiais atiram:

Segundo o registro, os policiais dispararam 44 vezes. Michel foi atingido por 35 disparos, distribuídos por todo o corpo. De acordo com o BO, Michael Stiven Ramirez Montes apresentava os seguintes ferimentos pelo corpo: cinco perfurações no pescoço; uma no pé direito; quatro na perna direita; quatro na coxa direita; quatro no abdômen; três no tórax; duas na orelha esquerda; três nas costas; duas na perna esquerda; quatro no antebraço direito; duas no braço direito e uma no glúteo direito.

Na sequência, com a chegada de um oficial superior que não participou da ação, os policiais dizem que o suspeito avançou em direção a eles e que os tiros foram em legítima defesa.

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Veja abaixo o vídeo em que os PMs conversam sobre a versão para a ocorrência:

Investigação

Todas as armas usadas na ação foram apreendidas, mas os registros não especificam quantos disparos foram feitos por cada uma delas. O caso foi registrado no 3º Distrito Policial (Campos Elíseos) como desacato a funcionário público (art. 331 do Código Penal) e  homicídio  — morte ocorrida por intervenção policial (art. 121 do Código Penal). Os quatro policiais que dispararam suas armas abdicaram do uso da Defensoria Pública e optaram por ter assistência jurídica particular no inquérito que apura o caso.

O suspeito

O colombiano Michel foi preso em ao menos quatro ocasiões por furto qualificado, entre 2022 e 2024. No documento consta que os policiais encontraram no apartamento 320 gramas de maconha e dois saquinhos contendo pequena quantidade de cocaína não especificada, além de quatro telefones celulares e objetos pessoais de valor, como relógio, anel e pulseira aparentemente de ouro. O síndico do prédio informou à polícia que, além de Michel, duas outras pessoas estavam hospedadas no apartamento, mas que haviam deixado o local às pressas pouco antes da chegada da polícia.

 

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