Ex-ministra Daniela Carneiro faz boa pergunta para o União – e para Lula
Partido não entrega os votos de que o governo precisa no Congresso
A deputada Daniela Carneiro, ex-ministra do Turismo, fez nesta sexta-feira, 15, uma boa pergunta para o seu partido, o União Brasil – e que serve para reflexão também para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Quando ministra, eu era a desculpa para o União Brasil não votar com o governo. Agora, a culpa é de quem?”, questionou em seu perfil nas redes sociais a agora deputada federal do partido pelo Rio de Janeiro.
Quando ministra, eu era a desculpa para o União Brasil não votar com o governo. Agora, a culpa é de quem? 🤔
— Daniela do Waguinho (@DanielaCarneiro) December 15, 2023
Daniela Carneiro foi demitida por Lula em julho depois de muita pressão feita por seu próprio partido, que argumentava que ela não tinha trânsito suficiente na legenda para converter a sua presença na Esplanada em votos para o governo.
Foi substituída por Celso Sabino, também deputado federal, mas pelo Pará, que é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) – com ele no cargo, o governo esperava que o União desse mais apoio na Câmara e no Senado.
Na quinta-feira, 14, no entanto, o desempenho do partido chamou a atenção. A legenda votou majoritariamente para derrubar os vetos de Lula aos projetos do marco temporal e da desoneração fiscal para alguns setores da economia. Nos dois casos, 80% dos deputados e 100% dos senadores do União votaram contra Lula.
Reforma à vista?
O União controla três ministérios na Esplanada – Turismo, Integração e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes, que é do PDT, mas foi indicado na cota do União, com influência do senador Davi Alcolumbre) e Comunicações (Juscelino Filho).
Em Brasília já começa a circular forte a avaliação de que Lula deverá fazer uma nova reforma ministerial no início do próximo ano. Um dos pontos que estão na mira do presidente é quanto cada partido representado na Esplanda está entregando de votos no Congresso.
Como alerta a ex-ministra Daniela Carneiro, a legenda não tem se saído muito bem.