EUA desmentem Eduardo Bolsonaro sobre sanções a Alexandre de Moraes
Em nota, embaixada diz que servidor da Casa Branca visitará o Brasil para tratar de combate a crimes internacionais, terrorismo e tráfico de drogas

A Casa Branca desmentiu uma alegação publicada pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sobre supostas conversas com o governo brasileiro para discutir sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Em nota enviada à imprensa (leia abaixo na íntegra) no último domingo, 4, a Embaixada dos EUA no Brasil afirma que a delegação chefiada por David Gamble, coordenador interino do escritório de sanções do Departamento de Estado americano, viaja a Brasília nesta segunda-feira, 5, para discutir “combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas”, a convite do governo brasileiro.
“O Departamento de Estado dos Estados Unidos enviará uma delegação a Brasília, chefiada por David Gamble, chefe interino da Coordenação de Sanções. Ele participará de uma série de reuniões bilaterais sobre organizações criminosas transnacionais e discutirá os programas de sanções dos EUA voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas”, diz o comunicado divulgado pela embaixada.
Na sexta-feira, Eduardo Bolsonaro havia publicado em seu perfil no X (ex-Twitter) que a visita trataria de sanções a Moraes por “violações de direitos humanos” durante os julgamentos de envolvidos nos atentados de 8 de janeiro de 2023. “Quando eu disse que a batata do Alexandre de Moraes estava esquentando aqui nos Estados Unidos, pode ter certeza que está esquentando de verdade”, declarou o parlamentar licenciado.
Após a divulgação do esclarecimento do governo americano, Eduardo Bolsonaro não voltou a de manifestar sobre o tema em suas redes sociais.
Processo de Trump contra Moraes continua sem avanços na Flórida
Embora as alegações de sanções da Casa Branca contra Moraes tenham sido desmentidas, o ministro do STF ainda é alvo de um processo movido nos EUA pela rede social Rumble e pela Trump Media Group, que pertence ao presidente Donald Trump e é parceira da plataforma, por suposta violação de princípios constitucionais de liberdade de expressão.
O processo, contudo, não teve grandes movimentações desde que foi protocolado, em fevereiro deste ano, no Distrito Central da Flórida. No mesmo mês, a juíza Mary Scriven, responsável pelo caso, negou um pedido de liminar para anular decisões de Moraes em relação ao Rumble no Brasil, afirmando que a ordem não faria sentido, uma vez que as decisões do ministro são válidas apenas em território brasileiro e não teriam validade em solo americano.