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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Empresário investigado no STF doa R$ 420 mil a Marçal e bolsonaristas

Otávio Fakhoury prestou depoimento à CPI da Pandemia e foi alvo de investigação por atos antidemocráticos determinada por Moraes

Por Victoria Bechara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 out 2024, 11h55 - Publicado em 4 out 2024, 18h33

O empresário Otávio Fakhoury, investigado nos inquéritos do Supremo Tribunal Federal que apuram fake news e a organização de atos antidemocráticos, doou um total de 420.000 reais a campanhas de candidatos de direita em São Paulo e Curitiba. Na terça-feira 1, ele fez uma transferência de 100.000 reais a Pablo Marçal (PRTB), que disputa a prefeitura da capital paulista. 

Fakhoury também contribuiu para campanhas de candidatos à Câmara Municipal de São Paulo. Conforme o site do Tribunal Superior Eleitoral, ele fez duas transferências de 100.000 reais ao vereador Rubinho Nunes. Ele foi punido por seu partido, o União Brasil, após fazer campanha para Pablo Marçal — a legenda apoia a reeleição de Ricardo Nunes (MDB).

O empresário deu ainda 50.000 reais ao influenciador Paulo Kogos (União Brasil) — que ficou conhecido na internet por suas ideias de extrema direita e pela suposta semelhança com o atual presidente da Argentina, Javier Milei — e 50.000 reais a Adrilles Jorge (União Brasil), um ex-participante do BBB e ex-comentarista da Jovem Pan, investigado pelo Ministério Público após fazer uma suposta saudação nazista durante um programa ao vivo.

No dia 30 de setembro, Fakhoury também transferiu 20.000 reais à jornalista Cristina Graeml (PMB), candidata bolsonarista à prefeitura de Curitiba.

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Quem é Otávio Fakhoury

Fakhoury foi presidente do diretório do antigo PTB em São Paulo e gestor do banco Lehman Brothers nos Estados Unidos. Nas redes sociais, ele se define como “conservador, antiglobalista e anticomunista”.

Os endereços de Fakhoury foram alvo de busca e apreensão em junho de 2020, no âmbito dos inquéritos relatados por Alexandre de Moraes no STF. Mensagens encontradas pela Polícia Federal naquele ano apontaram que ele e outros empresários se articularam para comprar uma estação de rádio que apoiaria pautas de interesse do governo Bolsonaro

Em outra troca de mensagens, Fakhoury e o ex-deputado Roberto Jefferson, ex-presidente nacional do PTB, discutiam uma proposta para dissolver o STF e o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Investigadores encontraram, ainda, documentos que indicavam que o empresário financiou quase 50 mil reais em material para campanha de Bolsonaro em 2018, mas os gastos não constam na declaração à Justiça Eleitoral.

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Ele também presidiu o Instituto Força Brasil, que tentou intermediar uma negociação paralela de vacinas contra a covid-19 entre a empresa Davatti e o Ministério da Saúde. O empresário foi investigado pela CPI da Pandemia no Senado por disseminar notícias falsas sobre vacinação, uso de máscaras e “tratamento precoce” contra a doença. 

Outro lado

Em nota, a assessoria de Otávio Fakhoury afirmou que os inquéritos nos quais foi investigado não geraram ações penais e que tem “compromisso com a verdade e a legalidade, repudiando quaisquer tentativas de associá-lo indevidamente a práticas criminosas.”

Também disse que o empresário realizou doações aos candidatos cujas propostas estão alinhadas ao conservadorismo. “Fakhoury acredita na importância do processo democrático e na liberdade de expressão, valores que sempre nortearam sua atuação pública e privada”, concluiu.

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