Eduardo Leite: é possível enfrentar o crime sem ‘tiro, porrada e bomba’
Governador do Rio Grande do Sul também disse que não é crítico às audiências de custódia e que pré-candidatura presidencial continua em pé dentro do PSD

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, recém-chegado ao PSD, disse nesta segunda-feira, 26, que é possível fazer um enfrentamento à criminalidade “sem tiro, porrada e bomba” e criticou “promessas populistas de atuação autoritária do estado”. Ele também falou que não se considera crítico das audiências de custódia e afirmou que os planos de uma pré-candidatura presidencial em 2026 continuam dentro da nova sigla.
“Estou muito confiante de que aquilo que nós fazemos, no governo Rio Grande do Sul, dá um bom tom de que é possível fazer um enfrentamento qualificado e objetivo ao crime, sem o ‘tiro, porrada e bomba’, que acaba sendo especialmente popular no momento em que a população assustada com o crime sucumbe a promessas populistas de atuação autoritária do Estado”, disse o ex-tucano durante o II Seminário Segurança Pública, Direitos Humanos e Democracia, organizado pelo IREE (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa) em São Paulo.
O governador também disse que “não é critico à audiência de custódia” — que é tratada por alguns pensadores como uma “porta giratória” da criminalidade — e defendeu que o Estado seja firma no combate ao crime organizado sem ceder a políticas autoritárias. “Não sucumbir a este caminho antidemocrático não significa ser menos firme no combate ao crime. Isso que tem que ser especialmente destacado. É possível ser firme utilizando toda o aparato institucional existente e promover, a partir de dados objetivos, a integração entre todas as forças, para que nós possamos fazer esse enfrentamento qualificado”.
Sem citar expressamente a Presidência da República, Leite disse que, dentro da nova sigla, continua com as mesmas pretensões para 2026. Ele disse que se colocou à disposição para “liderar um projeto alternativo à polarização”. Como mostrou a coluna Radar, de VEJA, a ideia do PSD é que o governador saia candidato ao Senado em 2026, e não à Presidência. A sigla já teria outros nomes no horizonte — como o governador do Paraná Ratinho Junior — caso venha a, efetivamente, lançar alguém.
“Eu me movimentei para o PSD com interesse de ajudar o país a criar uma alternativa à polarização, que mais coloca brasileiros contra brasileiros do que o país contra os problemas. A minha disposição é de ajudar a construir um projeto alternativo a essa polarização. Agora, como responsável por ajudar a construir esse projeto, me disponho a liderá-lo, inclusive. Então sim, me coloco na condição de um pré-candidato, oferecer o meu nome para liderar esse projeto”, disse Eduardo Leite a VEJA nesta segunda.