Doze são presos durante cerco policial contra a ‘gatonet’ em São Paulo
Agentes miraram vendedores de TV Box, aparelho que fornece assinaturas ilegais de canais ao vivo e conteúdo de plataformas pagas
Nesta segunda-feira, 18, a Polícia Civil de São Paulo prendeu doze pessoas em uma operação contra pirataria realizada em Santa Ifigênia, bairro da região central da capital paulista conhecida por ser um dos principais polos de comércio de eletrônicos da cidade.
A ação policial mira as vendas dos chamados TV Box, aparelhos que oferecem a transmissão de canais de TV pagos e conteúdo exclusivo de plataformas de streaming como Netflix, Amazon Prime, HBO, Globoplay e Disney+. O dispositivo é acoplado à televisão do usuário, que precisa comprar uma assinatura ilegal dos criminosos para ter acesso aos canais.
De acordo com o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), foram mobilizados trinta agentes da Polícia Civil para efetuar as doze prisões em Santa Ifigênia. Durante as buscas, foram apreendidos 565 aparelhos TV Box em doze lojas na região — outro mandado foi cumprido em Barueri, na região metropolitana, mas o local alvo da operação estava vazio.
Pressão do governo
A pirataria de TV, filmes e séries é, atualmente, um dos principais alvos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), responsável por regular canais de televisão e plataformas de streaming no país.
No último mês de setembro, a Anatel organizou o Hackathon TV Box, “maratona” de inovação para estimular soluções tecnológicas contra a pirataria. Segundo a agência, o governo está em negociações para possível implementação a nível federal do projeto vencedor do concurso, que tenta inutilizar os aparelhos a partir de uma atualização forçada no momento da transmissão.
Em julho deste ano, a Receita Federal firmou uma parceria com a Marinha do Brasil para promover a inclusão digital nas escolas públicas a partir de TV Boxes apreendidos por auditores fiscais. Pelo acordo de cooperação, técnicos das Forças Armadas podem modificar cada aparelho e convertê-lo em uma espécie de computador rudimentar para que os alunos possam editar textos e planilhas, reproduzir vídeos e navegar na internet.