Direito ao aborto tem apoio de apenas 1 em cada 4 mulheres no Brasil
Assunto, que já era tema de campanha, ganha repercussão no noticiário com caso da juíza que tentou convencer menina estuprada a ter o filho

Um dos assuntos recorrentes no debate moral e político brasileiro, o aborto está de volta como tema central do país.
Primeiro, por ter virado um ponto da campanha eleitoral, após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter dito que a questão era de saúde pública e, com isso, ter aberto a brecha para que o seu principal rival, o presidente Jair Bolsonaro (PL), pudesse explorar a controvérsia junto ao seu eleitorado conservador.
Depois, pela polêmica suscitada pelo comportamento da juíza Joana Ribeiro Zimmer, de Santa Catarina, que tentou convencer uma menina de 11 anos, que havia sido estuprada quando tinha 10, a desistir do acesso ao aborto legal a que tem direito pelas regras vigentes no país.
Segundo levantamento feito pelo instituto Datafolha em maio deste ano, o aborto tem o apoio de uma parcela muito pequena da população, principalmente entre as mulheres: apenas 27% delas defendem esse direito. As mulheres são 58% do eleitorado evangélico e 68% entre os chamados neopentecostais, que têm posições mais conservadoras em relação ao assunto.
No eleitorado geral (incluindo homens e mulheres), segundo dados da Quaest de maio deste ano, 62% dos evangélicos dizem que o posicionamento de Lula reduz as chances de votar nele – entre os católicos, esse percentual é de 48%.