Diplomata brasileiro vai acompanhar próximo voo de deportados dos EUA
Medida tem o objetivo de garantir respeito aos direitos humanos aos repatriados nacionais

O próximo voo de brasileiros deportados dos Estados Unidos está previsto para chegar ao Brasil nesta sexta-feira, 7. O embarque dos repatriados vai ser acompanhado por um diplomata brasileiro do consulado-geral, em Houston, para garantir atendimento humanizado e respeito aos direitos humanos dos passageiros. A medida cumpre uma série de determinações do governo brasileiro para impedir que cenas como a do primeiro voo de deportados — em que brasileiros vieram sem água, sem comida e algemados pelas mãos e pelos pés — se repitam.
Essa leva de deportados embarcará em Alexandria (que fica no estado americano da Luisiana) e fará uma parada em Porto Rico antes de pousar em Fortaleza. Uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) transportará os brasileiros deportados para Belo Horizonte, onde o Ministério dos Direitos Humanos criou um Posto de Acolhimento Humanitário para essas pessoas. Entre as ações desse órgão, está a ajuda aos repatriados a se recolocarem no mercado de trabalho, através de parceria com empresas.
A expulsão de imigrantes e as deportações em massa foram as maiores bandeiras de campanha de Donald Trump. Poucos dias depois de tomar posse, o republicano baixou uma ordem para expulsar das terras dos Estados Unidos 1,4 milhão de estrangeiros que entraram no país temporariamente durante o governo do democrata Joe Biden. Nesta quarta-feira, 5, Trump liberou o primeiro voo de imigrantes deportados com destino a Guantánamo, em Cuba, presídio conhecido pelo tratamento rígido e com fortes indícios de uso de tortura.
O primeiro voo de deportados, em que brasileiros vieram algemados e em condições precárias, trouxe 88 repatriados de volta a solo nacional. Ao todo, havia 158 pessoas dentro do avião, com deportados de outras nacionalidades. De 2020 para cá, mais de sete mil brasileiros foram deportados dos EUA para o Brasil. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, determinou que os próximos voos não tenham uso de algemas e disse que o governo brasileiro “não quer provocar” o governo de Donald Trump.