DF: polícia conclui que chácara de R$ 2 milhões motivou chacina de família
Delegado responsável divulgou nesta sexta-feira o resultado das investigações da Polícia Civil

A Polícia Civil do Distrito Federal divulgou que concluiu nesta sexta-feira, 27, o inquérito sobre o assassinato de dez membros da família da cabeleireira Elizamar da Silva, que mobilizou a polícia de três estados, onde foram encontrados os corpos: DF, Goiás e Minas Gerais.
Segundo o delegado Ricardo Viana, da 6ª Delegacia de Polícia no Paranoá (DF), Elizamar e outros nove parentes foram mortos porque os criminosos queriam se apropriar de uma chácara avaliada em 2 milhões de reais, na qual viviam Marcos Antônio Lopes de Oliveira, Renata Belchior e Gabriela Belchior. Eles eram sogro, sogra e cunhada da cabeleireira, respectivamente.
Os suspeitos também teriam interesse em 200 mil reais que Cláudia Regina Marques de Oliveira, ex-mulher de Marcos Antônio, recebeu com a venda de uma casa.
As investigações apontam que os criminosos mataram toda a família para ficar com as posses sem que ninguém reclamasse a herança. Os primeiros achados foram Elizamar e os filhos pequenos, Rafael, Rafaela e Gabriel, num carro carbonizado em Cristalina (GO).
Depois, foram encontrados os restos mortais de Marcos Antônio, que teria sido morto a tiros e depois esquartejado em Planaltina (DF), além de Renata, mulher de Marcos, e Gabriela, filha de Marcos, ambas num carro carbonizado em Unaí (MG).
Por fim, foram reconhecidos Thiago Belchior, filho de Marcos e marido de Elizamar; Claudia Regina, ex-mulher de Marcos; e Ana Beatriz Marques de Oliveira, filha de Claudia com Marcos, numa cisterna também em Planaltina. Eles teriam sido assasinados a golpes de faca. Os familiares também passaram dias em cativeiro obrigados a passar dados pessoais sobre contas bancárias e cartões de crédito para os criminosos, segundo os investigadores.
O grupo de criminosos que matou as dez pessoas, de acordo com a Polícia Civil, foi encabeçado por Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa e Carlomam dos Santos Nogueira. O trio foi preso. A polícia também apontou que Gideon e Horácio moravam na chácara de Marcos Antônio, a convite do proprietário.
Fabrício Silva Canhedo, também já detido, era responsável por cuidar das vítimas que ficavam no cativeiro. Carlos Henrique Alves da Silva e um adolescente também participaram do crime. O adolescente, no entanto, desistiu após ser chamado para participar do crime devido à crueldade do processo, segundo o delegado Ricardo Viana.
Gideon, Horácio, Carlomam e Fabrício podem ser acusados pelos crimes de ocultação/destruição de cadáver, extorsão mediante sequestro com resultado morte, múltiplos homicídios qualificados, latrocínio, associação criminosa qualificada e corrupção de menor qualificada. As penas podem variar de 190 a 340 anos de prisão.
Já Carlos Henrique deve responder pelo crime de homicídio, enquanto a responsabilização do adolescente será decidida pela Delegacia da Criança e do Adolescente.