Despoluição do rio Pinheiros pode ser entregue no 1º semestre de 2022
Ritmo acelerado de conexões de imóveis à rede de esgoto gera expectativa de antecipar finalização dos trabalhos que era prevista para dezembro
Antes tida como uma realidade distante para os paulistas após anos de promessas descumpridas, a despoluição do rio Pinheiros finalmente está saindo do papel e, ao que tudo indica, antes da data prevista, que era dezembro de 2022. A aposta é que a entrega possa ser feita ainda no primeiro semestre do ano que vem. O cenário otimista se deve, principalmente, à aceleração no número de instalações de imóveis a novas redes de esgoto. Segundo o cronograma oficial das obras, das 532.619 ligações possíveis de serem feitas no projeto, 462.344 já foram realizadas – o número corresponde a 86,8% do total.
Segundo o empresário Thiago Nagib, diretor-presidente da Usina SP, o dado que mais gerou entusiasmo foi a previsão superada de ter cerca 350 mil imóveis conectados à rede de esgoto ao fim de novembro. “O resultado imediato disso é que o aspecto visual da água já é outro. Para quem estava acostumado com aquele rio Pinheiros com a água preta e parada, hoje em dia já é verde e tem mais um aspecto de rio”, afirma.
Em ano eleitoral, o término das obras pode ser um forte ativo político para alavancar a popularidade do governador João Doria (PSDB) junto ao início da vacinação no Brasil, que, em grande medida, foi acelerada pela parceria firmada entre o governo estadual e a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech para a compra de doses de CoronaVac.
Além das ligações a novas redes de esgoto, também já foi entregue a primeira obra de reoxigenação do rio Pinheiros em parceria com a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae). “Isso é muito importante para acabar com o mau cheiro. Quanto mais oxigenada, menos mau cheirosa a água é”, diz Nagib.
Desde 2019, o governo estadual já removeu 49,3 mil toneladas de lixo do rio Pinheiros. Somente em 2021, ano em que a meta era ter 6 mil toneladas removidas, o total atingido foi de 28,4 mil toneladas. No somatório dos três anos, o volume de desassoreamento (remoção de resíduos e sedimentos acumulados no fundo do rio) é de 511,9 mil metros cúbicos, valor 24,2% acima dos 412 mil metros cúbicos previstos.