Deputada pede que grupo do MP assuma investigação de homofobia em padaria
Casal homoafetivo foi agredido por uma mulher em uma padaria no centro de São Paulo
A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou representação no Grupo Especial de Combate ao Racismo e à Intolerância do Ministério Público de São Paulo nesta quarta-feira, 7, para pedir que o órgão assuma as investigações sobre o caso de homofobia em uma padaria no centro da capital paulista.
Viralizou nas redes sociais um vídeo em que uma mulher grita ofensas homofóbicas e agride um casal de homens na Padaria Iracema Pães & Doces, no bairro de Santa Cecília, na madrugada do último sábado, 3. A Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância (Decradi) apura o caso, registrado como preconceitos de raça ou de cor e lesão corporal.
Erika pediu que o Ministério Público abra investigação ou acompanhe os trabalhos da Polícia Civil, além de apurar possível omissão do estabelecimento e possível prevaricação da Polícia Militar de São Paulo. Segundo o relato das vítimas, foram necessárias quatro ligações para o 190 para acionar o socorro e, na chegada, os policiais se recusaram a prender a agressora em flagrante. A representação também é assinada pela ativista Amanda Paschoal.
“A situação exige imediata intervenção visando que os crimes de homofobia cometidos no âmbito da Padaria Iracema Pães & Doces sejam investigados de forma concisa e correspondente à sua violação, a fim de realizar o completo resgate da dignidade das vítimas”, diz o documento.
Entenda o caso
Rafael Gonzaga e Adrian Grasson Filho afirmam ter chegado a padaria por volta das 4h da manhã, após uma festa. Segundo o boletim de ocorrência, ao utilizar o estacionamento do local, o casal foi impedido por uma mulher, identificada como Jaqueline Ludovico, que ocupou a vaga e empurrou o retrovisor do veículo gritando com o motorista. Ao ser contida, ela teria gritado frases homofóbicas e atirado um cone de trânsito contra os dois.
Vídeos mostram a mulher ofendendo as vítimas dentro do estabelecimento. “Sou mais mulher do que você. Sou mais macho que você. Tirei sangue seu, foi pouco. E os valores estão invertidos. Eu sou de família tradicional. Eu tenho educação, diferente dessa porra aí.”disse. As vítimas afirmam terem sido agredidas com socos, tapas e chutes.
Em nota publicada nas redes sociais, a padaria Iracema disse lamentar o ocorrido. “Esclarecemos que repudiamos veementemente qualquer forma de discriminação e desrespeito, informamos que estamos à disposição das autoridades para quaisquer informações e/ou depoimentos e que qualquer tipo de intolerância não será aceita em nossas dependências”, disse. Veja os vídeos e o relato das vítimas abaixo: