O delegado da PF Alexandre Saraiva deixou a coordenação das investigações da Operação Handroanthus GLO, que resultou no recorde de apreensão de madeira ilegal da Amazônia – 226.000 metros cúbicos de toras avaliados em mais de 130 milhões de reais. A ação avança também sobre um esquema de “lavagem” do produto nobre e grilagem de terras.
Em 20 de abril, Saraiva havia sido exonerado do posto de superintendente da corporação no Amazonas, mas continuava à frente das apurações. O afastamento do cargo se deu por ordens da diretoria da PF em Brasília após ele entrar com uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o senador Telmário Motta (Pros-RR), que atuaram em favor das madeireiras alvos da PF. Salles e Motta fizeram críticas a supostos “exageros” da operação da PF e trabalharam para liberar parte da madeira confiscada.
Agora, Saraiva deve ser transferido à delegacia de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, que ele já comandou em 2009 e 2010. Delegado concursado há mais de 17 anos, ele também já foi chefe da delegacia de Nova Iguaçu e superintendente de Roraima e do Maranhão antes de assumir a corporação no Amazonas.
Além da formação em direito, o delegado tem especialização em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. Na última semana, ele comemorou a deflagração da Operação Akuanduba, conduzida pela PF de Brasília, que investiga Salles e a cúpula do Ibama por um suposto esquema para liberar madeira ilegal apreendida na Amazônia. ‘”Regozijem-se os campos e tudo o que neles há! Cantem de alegria todas as árvores da floresta”, postou ele, referindo-se a um versículo bíblico.