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Delegado deixa inquérito sobre apreensão recorde de madeiras na Amazônia

Depois de ser afastado do cargo de superintendente na Região Norte, Alexandre Saraiva deve ser transferido para Volta Redonda, no Rio de Janeiro

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Juliana Castro Atualizado em 27 Maio 2021, 18h39 - Publicado em 27 Maio 2021, 18h21

O delegado da PF Alexandre Saraiva deixou a coordenação das investigações da Operação Handroanthus GLO, que resultou no recorde de apreensão de madeira ilegal da Amazônia – 226.000 metros cúbicos de toras avaliados em mais de 130 milhões de reais. A ação avança também sobre um esquema de “lavagem” do produto nobre e grilagem de terras.

Em 20 de abril, Saraiva havia sido exonerado do posto de superintendente da corporação no Amazonas, mas continuava à frente das apurações. O afastamento do cargo se deu por ordens da diretoria da PF em Brasília após ele entrar com uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o senador Telmário Motta (Pros-RR), que atuaram em favor das madeireiras alvos da PF. Salles e Motta fizeram críticas a supostos “exageros” da operação da PF e trabalharam para liberar parte da madeira confiscada.

Agora, Saraiva deve ser transferido à delegacia de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, que ele já comandou em 2009 e 2010. Delegado concursado há mais de 17 anos, ele também já foi chefe da delegacia de Nova Iguaçu e superintendente de Roraima e do Maranhão antes de assumir a corporação no Amazonas.

Além da formação em direito, o delegado tem especialização em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. Na última semana, ele comemorou a deflagração da Operação Akuanduba, conduzida pela PF de Brasília, que investiga Salles e a cúpula do Ibama por um suposto esquema para liberar madeira ilegal apreendida na Amazônia. ‘”Regozijem-se os campos e tudo o que neles há! Cantem de alegria todas as árvores da floresta”, postou ele, referindo-se a um versículo bíblico.

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