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Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

De onde, afinal, surgiu o boato da taxação do Pix?

Redes sociais foram tomadas nos últimos dias por notícias falsas sobre novo imposto para usuários dessa modalidade de transação

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 jan 2025, 20h50 - Publicado em 10 jan 2025, 20h48

Nesta semana, as redes sociais foram tomadas por publicações que falavam sobre uma suposta taxação do Pix, método de transações bancárias isento de taxas e bastante popular. O barulho foi tanto que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Receita Federal e a própria Secretaria de Comunicação do governo federal, a Secom, vieram a público explicar que a história não é bem essa. O Pix continuará sendo gratuito e nenhum imposto novo foi criado. Porém, como surgiu e se espalhou esse boato?

Tudo começou com uma mudança promovida pelo governo que vai ampliar o monitoramento das transações via Pix para impedir sonegação fiscal. Os bancos tradicionais e cooperativas de crédito sempre foram obrigados a comunicar à Receita Federal as transações feitas pelos seus clientes, informação que o Fisco usa depois para cruzar com o que os contribuintes declararam no Imposto de Renda e identificar fraudes, ou seja pessoas físicas ou jurídicas que não relataram corretamente os seus rendimentos.

A partir do dia 1º de janeiro, houve duas atualizações. A primeira é que agora as operadoras de cartão de crédito, bancos digitais e as instituições de pagamento também terão que repassar essa informação. A outra mudança é que o limite dessa movimentação de comunicação obrigatória subiu — de 2.000 para 5.000 reais no caso de pessoa física e de 12.000 para 15.000 reais no caso de pessoa jurídica.


O Pix foi oficialmente lançado em 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro, mas se popularizou como meio de pagamento nos últimos anos, quando passou a ser aceito em quase todas as transações comerciais, de sites online de compras a vendedores ambulantes nas praias ou nas ruas.

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Como é uma medida popular e de muito sucesso, qualquer coisa que possa atingi-la acaba virando arma para grupos políticos, mesmo que de forma distorcida. A direita, em especial a bolsonarista, também se vale com frequência das críticas a tentativas do governo Lula de aumentar a arrecadação, como ocorreu com a “taxa das blusinhas”, que gerou enorme insatisfação popular e foi amplamente explorada politicamente. No caso do Pix, juntaram-se as duas coisas.

O burburinho nas redes sociais sobre a taxação dessa forma de pagamento começou em páginas de direita de uma forma difusa, mas que se espalhou rapidamente nessa bolha e chegou ao WhatsApp e ao Google. Dados da agência de análise dados Palver, citados pelo jornal O Estado de S. Paulo,  mostram que uma em cada quatro mensagens sobre o Pix em uma amostra de mais de 22 mil mensagens em 500 grupos no WhatsApp envolveram a palavra “taxação” ou termos semelhantes. No Google Trends, os assuntos “taxação do pix”, “Pix Receita” e “Pix 5 mil” estiveram entre os mais buscados na última semana, com mais de meio milhão de pesquisas feitas.

O fenômeno que começou por perfis que não são conhecidos fora da bolha da direita acabou ganhando tração com a ajuda de parlamentares e outros influenciadores políticos desse espectro ideológico, que passaram a bombar o tema, sem desmentir nem confirmar a taxação, para pressionar o governo Lula. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), por exemplo, fez diversas publicações na sua rede social ironizando o episódio, “brincando” com a ideia de que as pessoas só poderiam usar dinheiro vivo daqui em diante.

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Outro deputado bolsonarista, Gustavo Gayer (PL-GO), disse nesta sexta-feira, 10, que elaborou um projeto de lei para acabar com as atualizações da Receita Federal. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, fez uma crítica nas suas redes explicando a suposta taxação, dizendo que os venezuelanos “já têm inveja do Brasil”.

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O fato é que não haverá nenhuma taxação de pagamentos por Pix, mas a Receita terá mais elementos para saber se o contribuinte está omitindo rendimentos na hora de declarar o Imposto de Renda.

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