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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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De estupro a ‘stalking’: violência contra mulher cresce no Brasil em 2023

País teve um caso de violação sexual a cada seis minutos; casos de perseguição e violência psicológica são os que mais crescem

Por Victoria Bechara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 jul 2024, 17h12 - Publicado em 18 jul 2024, 11h35

O Brasil registrou aumento de todas as modalidades de violência contra mulheres em 2023, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira, 18. O país teve um caso de estupro a cada seis minutos. Foram 83.988 vítimas — um crescimento de 6,5% em relação a 2022.

Os dados mostram que o número de estupros cresceu 91,5% entre 2011 e 2023. No ano passado também houve aumento de 48,7% em registros de importunação sexual e 28,5% nos casos de assédio sexual. Com o crescimento da violência contra as mulheres, mais de 540.000 medidas protetivas de urgência foram concedidas pela Justiça, 26,7% a mais do que em 2022.

Veja os números abaixo:

  • Agressões decorrentes de violência doméstica: 258.941 (aumento de 9,8%)
  • Ameaças: 778.921 (aumento de 16,5%)
  • Tentativa de homicídio contra mulheres: 8.372 (aumento de 9,2%)
  • Tentativa de feminicídio: 2.797 (aumento de 7,1%)
  • Feminicídios: 1.467 (aumento de 0,8%)

Violência psicológica e stalking

Segundo o Anuário, a modalidade de violência que mais cresceu foi a psicológica. Foram 28.507 registros, 33,8% a mais que em 2022. Já os casos de stalking (perseguição) subiram 34,5%. Foram contabilizados 77.083 casos.

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Uma lei de 2021 estabeleceu que é crime “perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade”.

Feminicídios

O levantamento mostra que 63,6% das vítimas de feminicídio no Brasil são mulheres negras e 71,1% têm entre 18 e 44 anos. A maioria dos casos (64,3%) acontece na própria residência e 90% dos assassinos são homens. Pelo menos 63% dos crimes foram cometidos por parceiros das vítimas, 21,2% por ex-parceiros e 8,7% por parentes.

Crianças e adolescentes

As crianças e adolescentes são os maiores alvos de violência sexual no país. De acordo com o Anuário, 76% das vítimas são vulneráveis, sendo que 11,1% têm entre 0 e 4 anos. Pelo menos 88,2% são do sexo feminino e 52,2% são negras. Entre as vítimas de 0 a 13 anos, 64% dos agressores são familiares. Outros 22,4% são conhecidos.

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Em casa e via pública

A pesquisa aponta que mais da metade (52,1%) dos casos de violência sexual acontece em casa. Outros 20,5% ocorrem em via pública. No caso de estupro de vulnerável, os índices são 20,5% e 10,6%, respectivamente.

 

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