Crime eleitoral de Lula completa um ano sem decisão definitiva na Justiça
Condenado em duas instâncias a pagar multa por pedir voto a Boulos em evento do 1º de Maio, presidente ainda tem recurso à espera de julgamento no TSE

No dia 1º de maio do ano passado, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, usou o esvaziado encontro das centrais sindicais, no estacionamento do estádio do Corinthians, em Itaquera, zona leste da capital paulista, para cometer a irregularidade eleitoral de pedir que o público votasse em Guilherme Boulos (PSOL) nas eleições de 2024 para prefeito de São Paulo.
Passado um ano, a Justiça Eleitoral ainda não resolveu o caso. Condenados em primeira e segunda instâncias, Lula e Boulos apelaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O agravo em recurso especial eleitoral deu entrada na Corte em setembro do ano passado. A última movimentação registrada no site oficial é de 11 de março, quando os autos foram remetidos para assessoria de plenário.
Em setembro, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) definiu que Lula e Boulos deveriam, como decidido pelo juízo de primeira instância, pagar multa por propaganda eleitoral antecipada. “A Corte Eleitoral, no entanto, atendeu parcialmente recurso contra a sentença de 1º grau e decidiu, por votação unânime, reduzir as multas antes fixadas em R$ 20 mil e R$ 15 mil a Lula e a Boulos, respectivamente, para R$ 15 mil e R$ 10 mil”, informou a assessoria do TRE na ocasião.
No evento do 1º de maio de 2024, com transmissão por canais oficiais do governo federal, inclusive, Lula foi explícito ao pedir votos para Boulos. “Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula, em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010 (naquele ano, a candidata do PT foi Dilma Rousseff) e em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, afirmou.
Nos autos, a defesa de Boulos citou que o deputado não pediu voto e não sabia o que Lula falaria no evento. Mesmo assim, o deputado ficou do lado do petista e acabou sendo beneficiário do discurso irregular do presidente. Já os advogados de Lula tentaram usar o fraco número de pessoas no evento, menos de 2.000, para dizer que a fala não influenciaria o pleito. Resta agora saber o que decidirá o TSE.