Conselho de Ética suspende deputado que xingou Gleisi Hoffmann
Givan da Federal (PL-ES) também é alvo de uma queixa-crime que a ministra apresentou ao Supremo Tribunal Federal

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 6, a suspensão do deputado bolsonarista Gilvan da Federal (PL-ES) por três meses por ter xingado a ministra das Relações Institucionais Gleisi Hoffmann na semana passada. A suspensão dele foi solicitada diretamente pela Mesa Diretora da Casa, um procedimento que não é habitual.
O pedido de suspensão, assinado pelo próprio presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos-PB), falava em seis meses. O relator do caso na Comissão de Ética, Ricardo Maia (MDB-BA), apresentou primeiro um relatório na noite de segunda, 5, concordando com os seis meses. Nesta terça, ele apresentou um novo texto, reduzindo a penalidade para três.
O placar da votação foi de quinze votos a quatro pela suspensão do parlamentar capixaba. O veredicto teve o aval de um deputado do Republicanos, Luciano Vieira (RJ), cuja sigla integra o mesmo bloco partidário do PL. O deputado federal Cabo Gilberto (PL-PB) chegou a adiantar seu voto por escrito, pedindo que Gilvan fosse apenas censurado, mas foi vencido pelos pares.
O Conselho de Ética comunicará o resultado da votação à Mesa Diretora, que faz a aplicação da penalidade. Gilvan da Federal ainda pode recorrer, mas ao plenário da Câmara. Ele chegou a apresentar defesa nesta terça, dizendo que pediu desculpas a Gleisi imediatamente depois das suas declarações e que “não havia provas” do que ele disse sobre ela. Ele comentou, já instantes, o resultado da votação nas suas redes sociais: “agradeço a Deus, à minha família e a todos meus apoiadores e ao meu partido PL. Voltarei mais forte do que nunca. Deus Pátria Família e liberdade!”.
‘Prostituta do caramba’
No dia 29 de abril, terça-feira da semana passada, Gilvan chamou, de forma indireta, Gleisi de “prostituta”. O deputado lembrou episódio em que a ministra foi apontada como a pessoa que tinha o codinome “amante” na planilha de pagamentos da Odebrecht durante a Operação Lava-Jato e disse que a dona do apelido deveria ser uma “prostituta do caramba”. Ele trocou ofensas, em seguida, com o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que é namorado de Gleisi.
A ministra ofereceu uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta do episódio, pedindo que Gilvan seja condenado por injúria e difamação. Em abril, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que o deputado seja investigado por desejar a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante outra reunião de Comissão na Câmara.
Gilvan da Federal é um deputado do Espírito Santo que está em seu primeiro mandato na Câmara. Membro da ala mais panfletária do bolsonarismo, ele usa o nome por ser policial federal e anda com uma bandeira do Brasil nas costas durante as atividades parlamentares.