Conselho de Ética da Câmara abre processo contra Eduardo Bolsonaro
Caso envolve ofensa a jornalista e referência abominável à tortura nas redes sociais
![BRA300. SAO PAULO (BRASIL), 12/08/2019.- Eduardo Bolsonaro, hijo del presidente Jair Bolsonaro y propuesto como embajador de Brasil en Estados Unidos, y el presidente de la Fiesp, Paulo Skaf (fuera de cuadro), ofrecen declaraciones ante la prensa y los miembros del FIESP este lunes, durante una cena, en Sao Paulo (Brasil). La Fiesp es la patronal más influyente de Brasil. EFE/ Fernando Bizerra](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/04/8011626534001.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou nesta quarta-feira, 4, dois processos contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar. Um dos processos se refere a uma mensagem nas redes sociais em que o filho do presidente debochou da tortura contra a jornalista Míriam Leitão durante a ditadura militar. Outros oito deputados também tiveram procedimentos abertos pelo conselho nesta quarta após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), liberar mais de 20 pedidos de cassação ao colegiado na semana passada.
Eduardo respondeu uma publicação da jornalista com a mensagem “ainda pena da (cobra)”, usando uma imagem do animal. Era uma referência à tortura que ela sofreu em 1972, quando estava grávida. Militares deixaram uma jiboia dentro da cela escura de Míriam como instrumento de tortura psicológica. A mensagem do deputado veio após a jornalista ter compartilhado o texto de sua coluna, em que dizia que o erro de políticos da chamada terceira via seria “tratar Lula e Bolsonaro como iguais” e comentava que “Bolsonaro é inimigo confesso da democracia”.
A representação contra Eduardo foi protocolada pelo PCdoB. Segundo o partido, o deputado “fez verdadeira apologia à tortura”. A peça pede que ele seja punido com as “penalidades cabíveis”, o que, em tese, pode chegar até à perda de mandato. A outra representação contra Eduardo foi protocolada pelo senador Humberto Costa (PT-PE), também, alegando quebra de decoro, por ter sido chamado de “Drácula da Odebrecht” pelo deputado em redes sociais.