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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Como o PT e a oposição veem a fala de Lula sobre não ser candidato em 2026

Em reunião ministerial, petista disse que sua candidatura nas próximas eleições depende da ‘vontade de Deus’

Por Ramiro Brites Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jan 2025, 17h26 - Publicado em 22 jan 2025, 12h50

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, na primeira reunião ministerial de 2025, que pode não ser candidato à Presidência da República em 2026. Aos ministros, ele lembrou do voo que saiu do México em outubro e o fez sobrevoar por quase cinco horas os arredores do aeroporto mexicano em um avião em pane, sobre o acidente doméstico que sofreu, três semanas depois, ao cortar a unha no banheiro do Palácio do Alvorada e as duas intervenções cirúrgicas por que passou para conter a hemorragia no sangue causada pela queda. Diante desses episódios, o petista admitiu que a “vontade de Deus” vai determinar a sua candidatura à reeleição.

Integrantes do Partido dos Trabalhadores veem um cálculo duplo de Lula ao admitir a possibilidade de não disputar as eleições de 2026. Por um lado, ele pode criar um clamor popular em torno da sua candidatura, uma vez que é o nome mais forte da esquerda. De outro, o presidente já cria uma saída digna caso perceba que não terá chances de ganhar em 2026. A certeza entre partidários é de que Lula não sairá da vida pública como “covarde” ou “derrotado”. Portanto,  “abriu a porta” para dizer que já havia alertado, no início de 2025, sobre as dificuldades da idade e de saúde para concorrer mais uma vez ao Planalto. “Essa é uma prerrogativa dele, somente dele e a escolha será tomada aos 45 do segundo tempo”, disse um petista a VEJA.

Apesar do discurso, Lula tem se movimentado para criar condições de ser um candidato competitivo para a reeleição. Nos próximos dois anos, as atividades no Planalto devem ser mais intensas, e a chegada do marqueteiro Sidônio Palmeira à chefia da Secretaria de Comunicação Social é o maior indício disso. No PT, a medida de Lula para tentar virar o jogo é apostar no ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva na Presidência da legenda. Coordenador da campanha de Lula em 2022, Edinho chega a “um preço baixo” após não conseguir eleger sua sucessora na cidade do interior paulista. Tendo Lula como seu principal apoiador neste momento, o ex-prefeito tende a ser fiel e trabalhar pelas vontades de Lula.

Os procedimentos cirúrgicos pelos quais Lula passou em dezembro do ano passado acenderam o sinal de alerta e diminuiu o espaço para negacionismos dentro do PT. O partido não preparou ninguém para suceder Lula, e agora o tempo é curto para as próximas eleições. “Enquanto Lula estiver lá, ninguém pode se apresentar como candidato. Não há projeto de partido, é carreira solo”, avalia um integrante do PT.

O que diz a oposição

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro de Jair Bolsonaro e ferrenho oposicionista de Lula, disse a VEJA que já trabalhava com a hipótese de que o petista não fosse candidato na próxima eleição. “Nessa próxima eleição, tem muita chance de não ter Lula e Bolsonaro, mas com certeza eles serão os dois maiores atores. O poder de transferência deles é muito grande, tanto do Lula quanto do Bolsonaro”, analisou Nogueira.

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Ele disse que não tem dúvidas de que, caso Lula não concorra, o nome da esquerda será o do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Para ele, o ministro da Educação, Camilo Santana, seria um bom nome, mas não conseguiria apoio em um PT dominado pela ala paulista do partido. Na avaliação do senador, porém, esses candidatos não teriam o mesmo impacto que Lula nas urnas.

“Enfraquece, porque Lula é o nome mais forte. Se com ele já está difícil ganhar, imagina sem ele”, destacou o ex-ministro. Ele avalia que à direita, sem Bolsonaro, o nome mais forte é o de Tarcísio de Freitas ou de um dos filhos do ex-presidente: Flávio e Eduardo Bolsonaro.

A posição de que Lula pode não ser candidato é corroborada por outro ex-ministro de Bolsonaro, o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP). Ele avalia que a fala é um reflexo de um mau momento do governo. “Do jeito que vai ladeira abaixo, seria melhor mesmo ele terminar a carreira sem essa derrota”, disse.

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