Como o desmatamento na Amazônia sob Lula é visto na Europa
Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas mediu a percepção atual sobre o tema no exterior
Apesar dos esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para frear o desmatamento na Amazônia e promover o Brasil como referência na proteção ao meio ambiente, os resultados do governo não impressionam tanto no exterior. Em Portugal, por exemplo, a maioria da população acredita que a situação ambiental na maior floresta tropical do mundo continua igual ou até mesmo pior do que nos últimos anos, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira, 28, pelo Instituto Paraná Pesquisas.
De acordo com o estudo, 33,6% dos portugueses entendem que o desmatamento na Amazônia “permanece igual” desde que o petista assumiu seu terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto, e outros 21,8% avaliam que a crise ambiental na floresta piorou desde 2023 – apenas 17,9% acreditam que a proteção ao bioma amazônico melhorou com o início do atual governo.
O levantamento indica, ainda, um considerável desconhecimento ou desinteresse pela situação na Amazônia, já que 26,8% dos entrevistados disseram que não sabem comentar o tema ou preferiram não responder.
Variações por região e idade
O recorte demográfico da pesquisa aponta que a popularidade da política ambiental de Lula varia significativamente conforme a região de Portugal onde vivem os entrevistados. No Alentejo, região litorânea no sudoeste do país europeu, 30% dos moradores afirmaram que a situação da Amazônia melhorou desde o ano passado – em contrapartida, na região da capital Lisboa, 23,8% veem piora na crise ambiental e mais de um terço acreditam que nada mudou com a posse do petista.
Na estratificação por faixa etária, as críticas à efetividade da política de preservação ambiental são bem mais presentes entre os portugueses mais jovens. Dentre os entrevistados com 18 a 34 anos de idade, 33,3% responderam que o desmatamento na floresta piorou, contra 22,1% na faixa entre 35 a 54 anos e 16% dos participantes mais velhos.
O Instituto Paraná Pesquisas entrevistou 840 pessoas em Portugal, por telefone, entre os dias 8 e 17 de fevereiro. A margem de erro do levantamento é estimada em 3,4 pontos percentuais.