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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Com Lula e Boulos, Corinthians vira arena política no Dia do Trabalhador

Presidente recebeu camisa com o número 13, referência ao PT, e bateu bola com ídolos como Zé Maria, um dos líderes da Democracia Corinthiana

Por Da Redação Atualizado em 9 Maio 2024, 15h16 - Publicado em 1 Maio 2024, 15h38

O estádio do Corinthians, a Neo Química Arena, em Itaquera, Zona Leste de São Paulo, virou definitivamente uma arena política neste 1ª de Maio, data em que se comemora o Dia do Trabalhador. O estacionamento do estádio foi o palco do evento unificado das principais centrais sindicais do país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que, sempre que pode, faz questão de lembrar que é corintiano – foi ao evento, discursou e, no gramado do estádio, bateu bola com ídolos históricos do Corinthians, como Basílio, autor do gol que tirou o time de um longo jejum em 1977, e Zé Maria, um dos líderes da Democracia Corinthiana, movimento que fez oposição à ditadura militar e envolveu alguns dos principais nomes do time, como Sócrates, Casagrande e Vladimir, na luta pelas Diretas Já.

Lula também ganhou um agrado do presidente do clube, Augusto Mello, que lhe deu uma camisa do Corinthians com o nome do presidente e o número 13, referência ao número do PT com o qual Lula conseguiu três mandatos de presidente da República. Por ironia, Mello venceu a eleição no final do ano passado derrotando o grupo comandado por aliados de Lula, como os ex-presidentes Andrés Sanchez (ex-deputado federal pelo PT) e Duílio Monteiro Alves.

A publicação da imagem de Lula recebendo a camisa do clube rendeu algumas ironias nas redes sociais. “Quita a arena aí para nós”, pediu um usuário, em referência à dívida de centenas de milhões de reais que o clube tem com a Caixa e que foi contraída para construir o estádio, palco de jogos da Copa do Mundo e da Olimpíada. Lula foi um dos patronos ocultos da obra ao estimular a construtora Odebrecht a assumir a empreitada.

“Só assim pra ele pisar na Arena, quero ver ele ir em dia de jogo”, provocou outro usuário, provavelmente não simpatizante de Lula. “Não é à toa que estamos indo para o buraco”, escreveu outro, que ostenta como foto do perfil a inscrição “Fora Lula”.

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O pré-candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) e o presidente Lula na Neo Química Arena, estádio do Corinthians, em Itaquera (Ricardo Stuckert/PR)

Boulos

Mas Lula não foi o único a tentar capitalizar politicamente a relação com o Corinthians. O pré-candidato à prefeitura Guilherme Boulos (PSOL), que é apoiado por Lula, também esteve na arena. Na atual pré-campanha, ele já havia ido ao estádio – pela primeira vez, segundo ele – para acompanhar o jogo em que o Corinthians derrotou o Fluminense por 3 a 0 no último sábado, 27, pelo Campeonato Brasileiro. Na ocasião, postou foto ao lado de torcedores da Gaviões da Fiel, organizada que tem se notabilizado por participar de manifestações políticas nos últimos anos, em especial contra o bolsonarismo e a favor da democracia.

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