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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Com governo sob tensão, volta de Lula ao jogo político será gradual

Presidente retorna a Brasília no início da semana, mas pós-operatório exigirá repouso; ministros tentam fazer avançar pauta no Congresso

Por Ramiro Brites Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 dez 2024, 16h26 - Publicado em 12 dez 2024, 12h47

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recupera de dois procedimentos médicos pelos quais passou nesta semana em São Paulo, a equipe do governo se esforça para tentar aprovar o pacote de corte de gastos, sob resistência do Congresso. Sobre o quadro clínico do presidente, o chefe da equipe médica de Lula, Roberto Kalil Filho, em coletiva nesta quinta-feira, 12, afirmou que a “evolução tem sido muito boa” e que a volta para Brasília está programada para o início da próxima semana. No entanto, a rotina de cuidados pós-operatórios demandará algum repouso.

Ainda que o presidente possa voltar a despachar, não se sabe qual será a intensidade do trabalho. “Ele estará em alta na segunda ou terça-feira, a programação é que irá direto para Brasília e, evidentemente, vai retomando aos poucos a sua atividade normal”, disse o médico.

A última atividade de Lula em Brasília antes de ser hospitalizado foi uma reunião para tratar da liberação de emendas parlamentares. Após a decisão do ministro Flávio Dino, do STF, que desbloqueou as verbas, os técnicos do Planalto ficaram inseguros para assinar a portaria que viabilizou o pagamento aos parlamentares.

Segundo parlamentares presentes na última reunião de Lula antes de ir a São Paulo, decidiu-se que o documento seria feito pelo ministro Rui Costa (Casa Civil), com auxílio da Advocacia-Geral da União (AGU), chefiada por Jorge Messias. No fim, a portaria publicada na noite de terça-feira, 10, foi assinada pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Esther Dweck (Gestão) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

A portaria amenizou o clima e deve acelerar o pagamento de emendas, principalmente das chamadas emendas Pix, que são enviadas diretamente ao caixa das prefeituras. Mas foi insuficiente para resolver o descontentamento dos parlamentares. O Congresso quer rever as medidas de transparência impostas por Dino. Ele exigiu, por exemplo, um plano de trabalho para o repasse das emendas Pix e quer impor um teto às verbas destinadas por parlamentares.

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Após recusar dois pedidos da AGU para flexibilizar as medidas, Dino discursou nesta quinta-feira, durante o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, o Conselhão. Ele mandou mensagens indiretas para os congressistas. “A democracia, portanto, não é regime de supremacias individuais, não é regime em que chantagens e agressões devem fazer parte do dia a dia nas relações institucionais”, disse o ministro.

Em paralelo, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tem se reunido com os ministros do União Brasil, MDB, Republicanos, PSB, PSD, PP e PDT para tentar arregimentar o apoio dos parlamentares dos partidos que compõem a base governista e aprovar as matérias econômicas.

Nesta quinta, o Congresso Nacional convocou uma sessão mista para votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025, um projeto que deve ser aprovado antes do recesso marcado para o próximo dia 23, sob risco de travar a pauta do Congresso na próxima legislatura. O governo corre contra o tempo, enquanto a saúde do chefe do Planalto pede repouso.

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